quarta-feira, 27 de novembro de 2019

O Brasil vai bem, mas...


Paulo Guedes tem ido aos EUA para tentar trazer investimentos para o Brasil, mas o que ele consegue, na prática, é afastar e repelir os investidores. Mostra a eles um Brasil inseguro e que se houver mobilização, como no Chile, a resposta será o restabelecimento da ditadura. Não foi o que ele disse, mas como ele foi entendido.
Em política, como em economia, a versão inicial vale mais que os fatos, para a reação das pessoas.
Diz ele que o aumento do dólar, a fuga de capitais nada tem a ver com a soltura de Lula, mas passa a impressão contrária.
Paulo Guedes é um péssimo ator e o que ele diz fora do script econômico é interpretado com o sentido oposto.
A macroeconomia brasileira vai bem nos seus principais sinais vitais, mas com dois sintomas associados preocupantes: uma hemorragia, ainda que controlada, com perda de capitais estrangeiros e causando uma febre, medida pela cotação do dólar.
O problema maior está numa doença incubada, cuja manifestação pode eclodir por alguma incidente: a concentração de renda, com a manutenção de enormes contingentes de pobres e de alguns miseráveis.
Enquanto toda economia vai mal, essa população fica conformada com as más condições de vida, mas quando a economia melhorar e eles se sentem excluídos da festa, podem se revoltar.
Paulo Guedes, com a sua estrita visão “pinochetista (liberalismo econômico com autoritarismo politico)” não quer perceber a bomba que está armando.  
Quanto mais ele disser que o Brasil amanhã não será o Chile de hoje, mais ele infla essa possibilidade.

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