quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Um partido para chamar de meu

Há quase 30 anos atrás, um metalúrgico da indústria automobilística e líder sindical, juntamente com alguns companheiros e adeptos criava um partido político para "chamar de seu".
Dentro do campo ideológico do centro-esquerda, e segundo a doutrina internacional da social-democracia e do trabalhismo, os campos partidários estavam tomados pelo PSDB e pelo PDT. Não quis se aliar a nenhum deles. A esquerda havia dominado o espectro político pela oposição ao regime militar, tomando todos os espaços, com disputas internas, acuando a direita, limitado a um pequeno espaço político e sem partido representativo.
Popularmente estava sufocada pelo patrulhamento do "politicamente correto", buscando emergir.
A oportunidade surgiu com as revelações da montagem pelo PT e seus aliados do maior esquema de corrupção "nunca antes visto no Brasil". A indignação  com a "roubalheira do PT", que foi associada à crise econômica, o cansaço com o patrulhamento do "politicamente correto" deu oportunidade a uma estridente voz dos oprimidos, mas pouco ouvido, em função do seu palavreado chulo, a emergir politicamente prometendo mudar e "recriar um novo Brasil". 
Sem uma base partidária, arrendou o PSL, para os efeitos legais, com a promessa de devolução ao seu dono, após as eleições, com incorporação das benfeitorias. Essas foram superiores ao previsto e gerou a cobiça dos filhos, que não concordaram com a devolução plena.
Eduardo Bolsonaro foi o principal mentor da reconquista do partido em função do seu projeto - orientado por Olavo Carvalho - de desenvolver uma força politica da direita na América Latina, para durar "ad eternum", tendo por base um forte partido conservador e uma liderança pessoal. 
Jair Bolsonaro, com a sua natureza pessoal e carisma deveria consolidar a manutenção do poder, com a sua reeleição em 2022, permanecendo até o começo de 2026 quando deixaria a Presidência para viabilizar a candidatura de Eduardo Bolsonaro, com o bolsonarismo já consolidado junto à população brasileira, como a visão de mundo predominante. 
Com a resistência do "dono" do PSL em ceder o controle do partido a Jair Bolsonaro e seus fiéis partidários, este tentou "desconstruir" Luciano Bivar e promover uma rebelião interna para destituí-lo e assumir o comando, através dos filhos. Não deu certo. Bivar havia tomado conta de toda estrutura partidária, exceto os diretórios de São Paulo e do Rio de Janeiro, dado aos filhos de Bolsonaro.
O casamento com a "viúva com pouco filhos" desmoronou porque  depois do casamento apareceram muitos outros filhos, e Jair Bolsonaro não encontrou nenhuma outra viúva que atendesse aos seus critérios. 
Optou por criar um partido novo, com o nome fantasia de Aliança pelo Brasil, mas de fato o partido do bolsonarismo.
Um partido para "chamar de seu" e com pretensões hegemônicas, como foi o projeto do PT.
Os demais partidos do campo da direita e o povo que incorpora a mesma visão de mundo devem se filiar ao novo partido. 
Esses, segundo as pesquisas, seriam em torno de 30% do total. Sem alianças, o candidato do partido poderia chegar ao segundo turno das eleições presidenciais em 2022, mas teria dificuldade em ser eleito no segundo, se o adversário costurar alianças. Se for o PT será mais fácil enfrentar, porque esse também é avesso a alianças. 
Nas eleições presidenciais de 2022 o fator político mais importante poderá ser as alianças partidárias. 



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