quarta-feira, 25 de março de 2020

"A nossa turma continua firme"


Animado pelo resultado da pesquisa de opinião realizada pelo Datafolha e estimulado pelo grupo ideológico, liderado pelos seus filhos, Jair Bolsonaro voltou novamente de lado, deixando de lado o tom conciliador e colaborativo, adotado no dia 23 de março em reunião com os governadores do norte e nordeste, para reiterar, em pronunciamento, na noite de ontem, a tese da histeria e opondo-se às medidas restritivas adotadas pelos governadores, acusando-os de paralisar a economia e gerar efeitos negativos maiores do que do vírus.
A pesquisa do Datafolha, pouco difundida, realizada por telefone com 1.558 entrevistados por telefone, entre os dias 18 e 20 de março, portanto, antes da videoconferência do dia 23, indicaria que entre os que votaram nele (dado divulgado apenas pelas redes sociais) mais de 50% apoiam as suas posições.
Entre todos os entrevistados, a sua aprovação ainda tem um pequeno saldo positivo: soma dos ótimo e bom, menos a soma de ruim/péssimo.
Tais dados devem ter animado o grupo ideológico, tendo os filhos como porta-vozes junto ao Presidente, com grande poder de influência pessoal, de que ele, Jair Bolsonaro, deveria manter as posições e rumos originais, mais consistentes com a sua natureza, reforçando o apoio do “seu povo”. Esse continuaria firme no apoio ao Presidente, dentro das redes sociais ou no apoio silencioso.
"Capitão, siga o rumo traçado, confie no seu "taco". Os cães ladram a caravana passa. A nossa turma continua firme".
As manifestações barulhentas dos panelaços não passariam de tentativa de revide dos “petralhas”, com apoio da “mídia vendida” mas sem capacidade de minar o moral da tropa bolsonarista. Segundo a versão do grupo ideológico, a Rede Globo está desesperada com o ingresso no mercado de uma forte concorrente e está alimentando a histeria, para manter a audiência.
O confronto entre o Presidente e os governadores, agravará a desorganização da economia. Não havendo coordenação federal e rumos bem definidos, governadores e prefeitos ampliarão as medidas radicais para atender aos reclamos da sua população, vale dizer, eleitores.
As restrições mais críticas estão no fechamento de fábricas de alimentos, assim como a circulação de caminhões com transporte de alimentos.
O confronto pode gerar ou agravar uma crise de abastecimento alimentar. Cada lado, culpando o outro, com graves consequências para a população.
Confio que haverá uma nova trégua e conciliação entre o Presidente e os Governadores afaste esse risco.
Registo aqui o meu receio de que este meu comentário alimente uma corrida aos supermercados e demais lojas de varejo de alimentação, agravando um eventual desabastecimento.
Não saiam em desabalada carreira em direção aos supermercados, para fazer estoques de alimentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...