segunda-feira, 15 de junho de 2020

Quem esticou a corda?


Durante a semana, a ala militar próxima ao Presidente Bolsonaro, avisou e reiterou que levantar a hipótese de golpe era ultrajante às Forças Armadas, mas deixaram uma suposta ameaça: “não estica a corda!”. Não explicaram o que seria “esticar a corda”, tampouco quais seriam as consequências e quem se destinava. Seria um aviso ao STF, eventualmente ao Congresso e aos movimentos de rua pró-democracia. Um aviso contra os supostos ou eventuais vândalos e terroristas. Ou um aviso ao próprio Presidente Bolsonaro?
Os movimentos de rua, menores que as do domingo retrasado, não aceitaram a provocação ou não caíram na armadilha. Fizeram poucos movimentos, com redução do número de participantes e em menor número de cidades. Foram pacíficos, do começo ao fim e sem confrontos com a Polícia Militar. Não houve radicalização, nenhum grupo esticou a corda. Não houve vandalismos ou ações terroristas, com ameaças a prédios públicos ou privados.
Já Jair Bolsonaro incentivou a invasão nos hospitais de campanha, o que é ilegal. São atos terroristas. Médicos, enfermeiros e pacientes ficaram aterrorizados com as invasões. Em alguns casos houve vandalismo, com quebra de equipamentos. Incentivo ao crime, também é transgressão. Provocou a reação de diversos setores da sociedade e de outras autoridades, inclusive do Procurador Geral da República.
Os chamados 300 do Brasil, invadiram a cúpula do Congresso Nacional - área de acesso proibido -  o que é uma contravenção, mas tolerada pelas forças de segurança. Se fosse pela turba do MST seria logo caracterizado como terrorismo.
Passaram a atacar o prédio do STF com fogos ... de artificio. Embora um ataque simbólico é ilegal e grave. Outro ato terrorista. Sob os olhares da PM que nada fez para evitar.
Diante da complacência da PM com o vandalismo e terrorismo, o Governador de Brasília, primeiro desalojou o acampamento dos 300, depois interditou a Praça dos 3 Poderes para a permanência do público. Hoje demitiu um subcomandante da PM que estava no comando dos contingentes da PM, que permitiram o ataque ao STF.

A reação do Presidente do STF desmontou uma suposta conspiração em curso, com a participação do MP do DF que não deu curso às solicitações de prisão de integrantes dos 300, além do apoio, igualmente velado da PM. A ativista Sara Winter, uma das líderes dos 300 estava muito segura de que não seria presa e ficou ameaçando verbalmente o Ministro Alexandre de Moraes. A reação de Toffoli, obrigou o Ministério Público Federal a adotar uma posição mais pronta, resultando na prisão do suspeito de lançar os fogos contra o STF, de Sara Winter e de outros integrantes dos 300, passando por cima do  procurador distrital "engavetador". Se conspiração estava sendo montada, foi desmontada.
E as Forças Armadas? Como vão reagir a esses atos terroristas? Esticaram ou não a corda?

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