segunda-feira, 8 de junho de 2020

E agora, Governo?

Segundo a Teoria da Conspiração, Jair Bolsonaro montou uma armadilha para criar um ambiente favorável à mobilização e intervenção das Forças Armadas, para garantia da lei e da ordem. 
Mas não deu certo. 

Quando a armadilha começou a ser evidenciada, criou mais um "factoide" para desviar a atenção. Mudou a apresentação dos dados da COVID 19, com declaração expressa de que a fazia para tirá-la do Jornal Nacional.
Não deu certo. Pior, gerou resistências e oposição de onde não esperava. Os Secretários Estaduais de Saúde que são os geradores dos dados básicos. Forneceram os dados para o G1 e o  Jornal Nacional continuou divulgando os números totais e acumulados. Outras entidades, incluindo o Tribunal de Contas da União estão se propondo a dar continuidade à divulgação consolidada e cumulativa dos dados.

No domingo, os seus adeptos atenderam - em parte - o seu pedido: evitaram ir às ruas para confronto com os grupos pró- anti-bolsonaro, foram em número menor, sem faixas anti-democráticas, deixando os eventuais confrontos com as respectivas Polícias Militares. 

Em Brasília e no Rio de Janeiro, as segundas maiores aglomerações das manifestações, não houve confronto. O aparato militar organizado pelos respectivos Governadores ou pelos comandos militares foi poderoso, gerando o "efeito persuasão". As manifestações foram pacíficas do começo ao fim, sem a ação de pequenos grupos ou pessoas radicais, infiltrados ou não, para gerar conturbação.
Em São Paulo as manifestações foram pacíficas, com apenas um incidente, prontamente, contido pelos próprios manifestantes, expulsando um jovem que quebrou a porta de vidro de um banco. Mas depois de terminada a manifestação principal, com a dispersão dos manifestantes um pequeno grupo, supostamente de torcida organizada de time de futebol tentou chegar à Avenida Paulista, onde havia ocorrida a manifestação, com poucas pessoas, a favor de Bolsonaro. 
A Policia Militar montou uma poderosa barreira, com negociados na comissão de frente, o batalhão de choque em seguida e os blindados com equipamentos para jatos d'água como "primeiro carro alegórico". Não foi suficiente para persuadir o grupelho e depois de duas horas de infrutíferas negociações, a PM o dispersou com bombas de gás. 
Como é usual desses grupos recuou, jogando pedras nos soldados, queimando lixeiras, virando caçambas e outros vandalismos. Nada de grande monta que caracterizasse uma quebra da lei e da ordem, que justifique a convocação da Força Nacional e do Exército. A elevada eficácia da Polícia Militar mostrou sem absolutamente desnecessária a intervenção das Forças Armadas, para restabelecer a lei e a ordem.
O Governo queimou - desnecessariamente - duas bombas do seu arsenal, embora o confronto entre os grupos oponentes ou com a Polícia Militar possa vir a ocorrer em domingos próximos. Mas essa probabilidade ficou mais remota.
Com as derrotas, o Governo vai recuar e acordar com os Governadores, ações coordenadas de isolamento e de suas flexibilizações, aceitando que a COVID 19 não é apenas uma "gripezinha", mas uma pandemia?
É também uma probabilidade remota, mas possível. O que não se pode esperar é que o Presidente reconheça o erro e peça desculpas às famílias dos mortos e à sociedade.
Aceitaria uma trégua real com os demais poderes, e se conformaria com o risco de revelação pública do envolvimento de filhos em "mal feitos"? Essa uma probabilidade ainda mais remota. 
E daí?

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