quarta-feira, 3 de junho de 2020

Mudança do modelo de negócio dos partidos

Os partidos políticos, como agremiações sociais, tem o que o meio empresarial chama de "Modelo de Negócio". 
É a forma com que as empresas definem as suas linhas de produto, as tecnologias, o mercado que quer alcançar, os seus meios, o financiamento, os recursos humanos, etc.
É, em síntese, a configuração do seu negócio. Quando há importantes mudanças no seu mercado (no sentido amplo) as empresas tem que mudar o seu modelo de negócio para poderem sobreviver ou seguir lucrando.
Os partidos políticos não são entidades com fins lucrativos, porém fora essa grande diferença, enfrenta os mesmos desafios das empresas. Precisam formular, estabelecer e mudar - quando necessário - o seu modelo de negócio.
Com as grandes mudanças que estão ocorrendo na sociedade, em função das tecnologias, aceleradas pelo combate ao coronavirus e também em função da própria pandemia, o seu modelo de negócio que prevalecia até então, é adequado? Ou precisa mudar?
Essa é a questão que colocamos aqui.

Em tese, os partidos políticos deveriam ser agremiações de representação de segmentos da sociedade, das visões de mundo ou pensamento diferenciado de cada segmento. 

Com 33 partidos registrados e vários outros com pedidos no TSE representam eles as diferentes visões de mundo e propostas?

Aparentemente não. Em função da legislação eleitoral, principalmente do financiamento público dos partidos e das campanhas, assim como do direito ao uso gratuito (para os partidos, embora não para o contribuinte) muitos partidos foram criados como "partidos de aluguel" para negociar o tempo de televisão e participações financeiras nas campanhas. 
Duas importantes mudanças, que prevalecerão para as eleições municipais, contribuirão para a redução de partidos políticos: a cláusula de barreira e a proibição de coligações para os cargos proporcionais, isto é, para as vereanças. Para o cargo de Prefeito, por ser uma eleição majoritária, continua sendo permitida as coligações.
As coligações reunião partidos com pensamentos semelhantes, somarão os votos dos seus partidários em torno de uma pauta comum, ou terão apenas o objetivo de ampliar o tempo de exposição nos programas de tv e rádio sem ônus para os partidos?

Como os eleitores se posicionarão diante dessas coligações para a eleição de Prefeito, mas que não terão efeito para a eleição de vereadores?

Quais serão as prováveis mudanças dos eleitores, diante dos novos hábitos, diante do Novo Normal?

O eleitor continuará votando no candidato a Prefeito, preferencialmente, no nome ou tenderá dar mais valor às propostas e aos partidos?

Em termos de nome, a eventual imagem ligada a casos de corrupção terá a mesma importância que teve em 2018? Ou o eleitor estará mais lenientes com relação a essa questão, depois que o Governo Bolsonaro abandonou - ainda que não inteiramente -  a bandeira anticorrupção dispensando a presença de Sérgio Moro. 

O padrinho político  que pode ser o Prefeito atual - que já foi reeleito uma vez e não pode concorrer - ou um liderança local continuará sendo relevante e até determinante da eleição?

O que prevalecerá será o dinheiro colocado pelo partido e pelo próprio candidato para campanhas milionárias? Ou será o uso competente das mídias sociais?

São fatores tradicionais que dominaram as eleições anteriores e influiram nas decisões dos eleitores. 

No novo normal da sociedade, pós coronavirus esses continuarão a sendo os fatores determinantes?

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