sexta-feira, 13 de maio de 2016

Um poder podre é responsabilidade do povo que o elegeu

Diz a Constituição que "todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição (parágrafo único, do artigo 1º).

Se o poder que temos não presta é porque o povo o elegeu. 

Então antes de discutir qualquer reforma política na superestrutura institucional é preciso responder a duas questões básicas:
  1.  porque o povo elege um poder ruim, um poder podre, um poder imprestável?
  2. no que as medidas propostas de reforma política vão alterar ou melhorar as escolhas do povo?
Toda e qualquer reforma política tem que ser avaliada em termos de efetividade, ou seja, tem que afetar os comportamentos e decisões do povo. Reforma política só será efetiva de promover alteração dentro do eleitorado. Do contrário, mude isso ou aquilo, o povo continuará elegendo as mesmas porcarias atuais.  


A reforma política é proposta pela elite, por acadêmicos, organizações da sociedade que tem uma visão idealizada da realidade e representam, do ponto de vista eleitoral, uma pequena fração do total. Enquanto essa elite não conseguir alcançar "corações e mentes" dos demais eleitores, pouco vai mudar. Ou vai mudar para ficar tudo na mesma.

A visão da elite é que a vontade do povo é sequestrada pelos políticos. Que o povo é enganado pelas mentiras dos políticos, iludidos pelos meios de comunicação. O que é falso.

A relação dos candidatos a deputados com seus eleitores é mais direta, "olho no olho". A menos do eleitorado das grandes cidades, onde esse contacto é limitado.

Pode se assumir que os 2/3 dos deputados federais, os que escandalizaram a elite brasileira, com as suas manifestações primárias na declaração de voto  a favor ou contra o impeachment, foram eleitos na relação pessoal com os eleitores. A culpa não é da mídia. É do povo que o elegeu.

Para que ocorra efetivamente uma reforma política, a elite precisa superar os seus preconceitos e reformar visões equivocadas. 





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