quarta-feira, 12 de abril de 2017

A bomba estourou. E agora?

A bomba de Janot estourou antes da hora, agora como "Lista de Fachin" estragando a Páscoa de muitos políticos. Mas também gerando alívio temporário àqueles que não estão na lista. As maiores surpresas não estão na lista. Mas dos que ficaram fora da lista. Por que não entraram?

O Governo tem atualmente 28 Ministros de Estado. O Ministro Fachin pediu investigação sobre 8 e informações adicionais sobre mais 1. São 9 citados, o que pode ser um escândalo, ou, num fria análise numérica, apenas 32%, pouco menos de um terço.

Não pediram ou não foram atendidos pela Odebrecht. Uma parte dos Ministros é oriunda do baixo clero. Não tinham prestígio.

Outra situação é dos filhos ou parentes de políticos tradicionais e de prestígio para serem contemplados pela Odebrecht, como Sarney Filho, Leonardo Picciani e Fernando Coelho Filho. Os pedidos e atendimentos teriam sido feito pelos pais? 

A surpresa da lista de Facchin não é dos Ministros objeto de investigação, mas dos que não foram arrolados. Estarão livres definitivamente, ou apenas nesta fase? 

Numericamente a Câmara dos Deputados é a menos atingida. Dos 513 deputados, apenas 39 deputados serão objeto de investigação: 8% do total. Quantitativamente, 92% estão, por enquanto, fora das suspeitas e podem dar continuidade aos trabalhos legislativos, embora dentre os 8% estejam muitos dos líderes partidários.

Do lado oposto, numericamente o Senado é mais atingido com 24 Senadores objeto de investigação, aos quais se soma a Senadora Gleise Hoffmann, já reu em processo no STF. Os 25 suspeitos representam 27 % do total. Entre eles as principais lideranças, incluindo o atual Presidente do Senado. 


Embora o centro do Congresso tenha sido atingido pelos mísseis da dupla Janot/Facchin, os sobreviventes terão plenas condições de dar sequência aos trabalhos legislativos. Embora abalados emocionalmente. E perseguidos pela mídia.

No caso dos Governadores, as primeiras notícias não deram a amplitude da lista, ainda que também numericamente  minoritária. Foram arrolados 12 Governadores em exercicio, o que representa 44% dos 27. 

Outros 9, incluindo o Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin teriam atuado diretamente com a Odebrecht. Por essa razão os seus processos foram encaminhados para o STJ  cuja velocidade poderá ser diferente do STF. A possibilidade deles serem denunciados mais rapidamente dos que os seus colegas no STF é alta. 

Embora tenham ainda a alternativa de recurso ao STF, no caso de condenação, o impacto político da denúncia pode ser avassaladora àqueles que pretendem ser candidatos à reeleição ou a cargos maiores. 

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