terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Os evangélicos na politica

Os evangélicos na política são ainda um grande mistério, pouco entendido pelos cientistas políticos, como se viu no programa Painel deste final de semana, na Globonews, sob a segura condução de Renato Lo Prete.

O avanço da comunidade evangélica no Brasil não ocorre de cima para baixo, mas avança pela base, aproveitando uma condição real da sociedade brasileira: a extrema desigualdade econômica e social. Os evangélicos vem ocupando o espaço dos católicos na classes mais baixas. Não por razões religiosas, mas pelo acolhimento emocional dos mais pobres. 
A catequização é um elemento importante para a "conquista das almas", mas é o "acolhimento 24 horas" o fator mais importante.
A catequização é feita a partir de fascículos escritos na Bíblia Sagrada, mas considerando a amplitude do analfabetismo (total ou funcional) como eles podem acompanhar? Ai entra o papel do pastor e dos seus auxiliares que transmitem aos crentes a leitura, agregando ao texto a sua interpretação ou até a sua redação, como sendo a palavra de Deus. É um processo mais próximo aos muçulmanos que seguem o Corão. 
A Igreja Católica usa mais os símbolos e as imagens, com as palavras de Deus, emitidas pelo Papa e reiterada pelos padres.
Tem tido menor força de catequese do que a bíblia e Jesus, seu filho, como o seu representante mor.


Do ponto de vista eleitoral, em 2020 muitos irmãos vão ser eleitos, por indicação dos pastores. Serão representantes políticos de denominações. Outros candidatos de filiação evangélica serão eleitos, mas com base de eleitorado mais ampla e não por vinculação religiosa. 
Já dificilmente candidatos a Prefeitos serão eleitos como representante de denominações evangélicas. Essas não tem eleitorado relativo suficiente para eleger um Prefeito.
Porém dificilmente alguém será eleito Prefeito se não contar com o apoio de denominações evangélicas. 
O candidato experiente, sabe que o eleitorado evangélico não é monolítico, ou dividido em poucos segmentos com lideranças bem definidas. Diferentemente da Igreja Católica, com uma hierarquia de comando bem definida, mas que não se envolverá nas escolhas políticas.
Mas um excomungado pela Igreja Católica dificilmente será eleito para cargo majoritário, embora isso possa ocorrer para cargos proporcionais. Da mesma forma um veto de importante liderança evangélica poderá inviabilizar uma candidatura. Essa poderá ser regional ou local, nas campanhas municipais.
Cada candidato buscará o apoio das lideranças evangélicas locais, com o cuidado de não desagradar as demais que poderão fazer campanha contra aquele, desconstruindo a sua imagem, sejam nos púlpitos, como na rede social.
A mobilização política maior das comunidades evangélicas resultará numa ampliação do número de vereadores evangélicos, em todo o Brasil, mas poucos Prefeitos representantes daquelas. 

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