sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Patrimonialismo filial

O usual do patrimonialismo são os privilégios dos "amigos do rei". No Brasil atual o novo patrimonialismo é marcado pelos amigos dos príncipes.
Dois episódios recentes trouxeram à tona dois integrantes da "turma" dos príncipes. Gustavo Montezano, amigo e vizinho deles teve que explicar a "caixa preta" da auditoria, para abrir outra "caixa preta". Gastou milhões a mais do que seus antecessores tentando descobrir o que não existiu. Partiu para o ataque para se defender. Culpou as alterações legais, mas a principal delas não é recente. Trata-se da Lei nº 8.666 de 1993 que foi estabelecida para combater a corrupção, mas acabou dando cobertura aos maiores esquemas de corrupção. Cobrado sobre o número das leis, não soube responder. Saiu-se mal, mas ainda não perdeu o cargo.
Já o companheiro Vicente Santini, aproveitando a condição ministerial temporária utilizou o símbolo mais visível do patrimonialismo: usar o avião da FAB. Para uma viagem internacional: "se tenho direito, uso". Não fez nada de ilegal, mas vergonhoso, imoral.
Jair Bolsonaro ficou indignado e furioso e demitiu o "garoto", muito próximo a ele, por ser amigo dos seus garotos. Mas o seu garoto 03 intercedeu, para o seu amigo de turma da Barra, não ficasse desempregado. Conseguiu um "boquinha", ainda no Palácio do Planalto, mas outras forças bolsonaristas pressionaram e o Presidente foi obrigado a afastar o garoto de vez, contrariando o seu, que não teve força suficiente para manter a presença do amigo.
A narrativa (ou versão) bolsonarista é colocar toda a culpa em Onyx Lorenzoni, que nem em Brasília está. 
Mas foi um grande abalo na cultura patrimonialista e nas relações com os seus garotos. 

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