Depois de uma queda na aprovação do Governo e na confiança do Presidente, logo após os 100 dias, mas ainda em vantagem, Bolsonaro tentou segurar ou evitar uma virada dos adversários, afastando os que pretenderam tutelá-lo e adotar uma série de medidas para cumprir as suas promessas de campanha.
Adotou o preceito do "aqui quem manda sou eu". "Fui eleito por 58 milhões de votos e vou fazer o que eles votaram: doa a quem doer". "Quem não gostar, peça para sair".
Bolsonaro foi eleito Presidente da República, que é a autoridade máxima do Governo, mas não do Estado que tem, pelo menos, dois outros poderes. Os parlamentares foram também eleitos, no conjunto, com cerca de 100 milhões e não podem ser demitidos por uma "canetada" do Presidente. Também não são subordinados do Presidente e resolveram contestar as tentativas de usurpação das atribuições.
O Presidente tem perdido sucessivas derrotas no embate com o Congresso e voltou a buscar no apoio popular a força para o confronto.
A recente pesquisa do IBOPE, mostra que Jair Bolsonaro mantém o apoio da sua torcida, variando o índice de bom/ótimo do Governo, para baixo, mas dentro da margem de erro.
A tendência da série de pesquisas mostra uma contínua perda, não tendo conseguida a reação, com o enfrentamento da oposição nas ruas e mobilizando os seus adeptos em movimentos de ruas, ambos com significativo volume de pessoas.
Apesar de voltar ao ataque não conseguiu fazer novos gols.
Já a defesa, apesar de sofrer um gol, conseguiu evitar outros e manter o jogo empatado. Consegiu segurar uma "virada" do oponente.
Mas o Presidente, pessoalmente, está em baixa e seu prestígio passou para o negativo. Partindo de uma expectativa de uma boa condução do Governo, de 46 pontos positivos (aprova menos desaprova a maneira como o Presidente está governando o Brasil?), manteve-se à frente, em abril, com 11 pontos positivos (51 - 40) mas chega em junho com 2 pontos negativos (46 - 48).
Isso se reflete no índice de confiança do Presidente, que ainda era de 6 pontos positivos (51 - 45) em abril e virou negativo em 5 pontos em junho ( 46 - 51). Uma perda de 11 pontos.
O efeito político dos resultados da pesquisa está no comportamento do Congresso. Apesar do ativismo dos deputados do PFL e dos bolsonaristas no uso da rede social, com pressões diretas sobre os parlamentares, a maioria deles ainda se pauta pelas pesquisas de opinião.
A leitura política é que Bolsonaro mantém o apoio da sua base, mas vem perdendo o apoio dos aderentes que tiveram a expectativa de um bom governo e da efetivação de grandes mudanças.
A pesquisa indica uma crescente dificuldade para a uma concretização dos cenários de "Lua de mel, continuada" ou "Bolsonaro, Presidente efetivo".
Para evitar o cenário radical do "Jânio ou Dilma", isto é, da renúncia ou impeachment", por mais que "esperneie", vai ter que aceitar o cenário "Rainha da Inglaterra".
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