segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Bolsonaro sem partido


Frustrada a tentativa de criar e organizar – em curto prazo – um novo partido, Jair Bolsonaro está saindo em busca de um partido para se filiar.

Os Bolsonaros não querem - simplesmente - se filiar a um partido, por identidade ideológica ou programática, mas tentar assumir plenamente o controle de um partido já registado pelo TSE, para dar base às campanhas de 2022.

Bolsonaro e o seu clã familiar não terão a mesma condição de 2017/18 para assumir o controle de um partido político já registrado e representativo,  mas provavelmente conseguirão com um partido, com baixa ou nenhuma representação atual no Congresso e sob risco de extinção diante das cláusulas de barreira. Além disso poderá oferecer vantagens econômicas aos atuais "donos do partido".  

 

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segunda-feira, 16 de novembro de 2020

2022 em função de 2020

 As eleições municipais, em grande parte nacionalizadas, em função da intervenção do Presidente da República, apoiando vários candidatos, sejam a Prefeitos Municipais como vereadores, não deram continuidade ao movimento de renovação emergida, com grande força, em 2018. A renovação prometia acabar com a Velha Política e instaurar uma Nova Política, livre do troca-troca (“toma cá, dá lá) no Congresso Nacional e extirpar inteiramente a corrupção da Administração Pública.

Foram duas propostas de renovação concomitantes: a renovação bolsonarista que, além dos objetivos acima, trazia no seu bojo propostas conservadoras em relação aos costumes e a proposta de armamento da população. Outra era de uma renovação, com o ingresso de novatos na política, com mudanças substanciais na forma de fazer política, combatendo, além da corrupção e do troca-troca, combater o corporativismo e ou mau uso dos recursos públicos.

A renovação trouxe novas personagens ao mundo político, algumas bem sucedidas e outras desastrosas.  Dois dos Governadores novatos, eleitos na onda bolsonarista, estão afastados, sob risco de cassação definitiva, sendo que sobre Wilson Witzel há acusações de corrupção.

2020 não deu continuidade aos movimentos de renovação. Na maioria das capitais estaduais, prevaleceu a experiência, o conhecido e não a renovação, a expectativa de grandes mudanças.

Vários Prefeitos foram reeleitos, Prefeitos atuais e ex-Prefeitos poderão vencer o segundo turno.

Com a reversão da tendência, os principais perdedores são os potenciais candidatos “out-siders”, como Luciano Hulk e Sérgio Moro, cuja imagem de renovação não terá o mesmo apoio eleitoral.

Jair Bolsonaro foi o maior perdedor, com poucos dos seus apoiados eleitos, ou chegando ao Segundo Turno.  A sua maior derrota foi em São Paulo, relacionada com o aumento da desaprovação do seu Governo, alcançando 50%.

Perdeu substância no Rio de Janeiro, com votação de Carlos Bolsonaro bem menor que a desejada, perdendo ainda a posição de vereador mais votado, para o candidato do PSOL.

Bolsonaro terá que se reinventar para ser competitivo em 2022.

Já deu diversos passos nesse sentido. Associou-se ao centrão, restabelecendo o troca-troca, abandonou o combate à corrupção, fixou-se no auxílio emergencial como base eleitoral.

Reassumiu a sua verdadeira pele de Velho Político, desvestindo a roupa de Nova Política. Já percebeu que a Nova Política não será o tema principal das eleições presidenciais de 2022. 

Irá concorrer como um verdadeiro populista, o que o torna competitivo, apesar do "tampamento de nariz" da elite. 

sábado, 14 de novembro de 2020

Capitão (reformado) x General (reformado)

O General de Exército Hamilton Mourão emergiu dentro da corporação militar, como um líder, da facção remanescente do frotismo, defensor ferrenho da – para eles - revolução de 64 e a favor da intervenção militar, em nome da lei e ordem, além de visões conservadoras em relação aos costumes.

Com a inviabilização política e jurídica do poder de intervenção militar - sem golpe de Estado - supostamente prevista na Constituição Federal, os seus defensores ficaram enfraquecidos.

Com o enfraquecimento desses, Bolsonaro buscou apoio no Centrão, gerando insatisfação maior no meio militar.

Terá que se preocupar ainda com os "intervencionistas militares" que foram uma importante base de apoio antes e depois das eleições que estariam achando que ele não está cumprindo a sua missão e deve entregar o cargo ao General Mourão, mais preparado para tal.

 

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quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Mudança na politica ambiental

A floresta amazônica é percebida como o "pulmão do mundo”.

Se não cuidar dela o Brasil sofre o risco de sanções econômicas e financeiras.

O temor de empresas e investidores brasileiro, com as ameaça de ter os seus bens no exterior bloqueados, levarão Bolsonaro a uma ação mais pragmática, passando a cuidar da floresta amazônica e aceitar a colaboração internacional.  

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segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Sacode a poeira, dá a volta por cima

Com a eleição de Joe Biden, apesar da contestada por Trump, o que importa para Jair Bolsonaro não é como ele vai se relacionar com o novo Presidente Norte-Americano, ou como vão ficar as relações comerciais entre os EUA e o Brasil. 

O que lhe importa é como se sustentar no cargo, nos próximos dois anos e ser reeleito em 2022.

Apesar de ter indicado um novo Ministro para o STF, não formou maioria para se blindar e blindar os seus filhos. Teria 3 votos, com tendência a seu favor e mais um 4º, sempre imprevisível, mas ainda ficaria com 7 desfavoráveis. Não  pode titubear e cometer qualquer deslize, que leve a uma decisão do plenário do Supremo.

No Congresso Nacional, a sua base firme é muito pequena e depende do Centrão para evitar o risco de impeachment ou mesmo de ações que poderão desgastar a sua imagem.

O Centrão é voraz na fome por cargos e fica na espreita de cargos cujo Ministro fica enfraquecido. Provavelmente já tem nomes para os Ministérios do Meio Ambiente e de Relações Exteriores.

Na política externa, Bolsonaro orientado ou influenciado por Olavo de Carvalho, tendo Eduardo Bolsonaro, como o mensageiro, optou por um total alinhamento a Donald Trump, posicionando-se contra a globalização, o multi-lateralismo internacional e confrontando a China. 

Seguindo leamente seu "chefe" adotou um discurso negativista, mas não chegou a adotar nenhuma medida concreta, exceto na área ambiental.

Sem a reeleição de Donald Trump, Bolsonaro perdeu o norte e o apoio irrestrito dos sectários bolsonaristas, mantidos "trumpistas" pelo fogo cerrado, mantido pelas redes sociais.

Fora o nucleo duro dos olavistas, a microcultura "anti-China" vem perdendo adeptos, além da ala do agronegócio - que vem se beneficiando das compras dos seus produtos pela China -  e dos agentes do setor de infraestrutura que contam com dinheiro dos chineses para retomar os investimentos. A mais recente perda foi com a posição do Presidente, contra a compra da vacina coronavac, por ser de origem chinesa, para demonstrar a sua lealdade a Donald Trump, no final da campanha eleitoral. Pela mesmo motivo Bolsonaro se recusa a reconhecer a vitória da Biden-Harris, enquanto o seu lider negacionista não a aceitá-la.

Grande parte da população quer ser vacinada tão logo uma vacina segura esteja disponível, não importa a origem nacional.

O negacionismo de Bolsonaro se reflete na perda de popularidade nas grandes cidades, como indicam as pesquisas eleitorais recentes, com efeito negativo do seu apoio aos candidatos bolsonaristas.

O ganho de popularidade, com o auxílio emergencial, teria sido anulado pela sua postura em relação à pandemia, voltando a um patamar de aceitação do seu governo da ordem de 30%.

A persistência do patamar seria suficiente para levá-lo a um segundo turno, em 2022, mas não lhe garantiria a vitória.

Sem a obrigação ou propensão de manter o alinhamento incondicional a Trump a alternativa de Bolsonaro para conter a sangria da perda de popularidade, será "sacudir a poeira" é aceitar a vacinação contra o coronavirus, com as vacinas que estiverem disponíveis, contrariando os radicais antivacina, raivosos, barulhentos, com amplo uso da rede social, mas minoria, dentro do eleitorado nacional. Ademais a tendência dos gestores das redes é de cercear noticias falsas em relação às vacinas. 

Com uma personalidade bi-polar e radical, Bolsonaro poderá migrar de uma postura radicalmente contra a vacina para uma liderança nacional pela vacinação, para evitar que essa seja tomada pelos Governadores e Prefeitos, com ampla repercussão eleitoral.

Bolsonaro quer evitar que o Governador João Dória emerja como o campeão da superação da pandemia, mas a derrota de Trump, no apoio popular, lhe indica que o negacionismo não é uma boa estratégia eleitoral. Ele tem que tomar o lugar, seguindo o velho conselho de Dom João VI ao seu filho Pedro: "Põe a coroa sobre a tua cabeça, antes, que algum aventureiro, lance mão dela."


sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Ele só pensa naquilo

 Jair Bolsonaro, eleito pela primeira vez, deputado federal, pelo Rio de Janeiro, em 1990, desde a sua posse em 1991, sempre teve como sua primeira prioridade, a sua reeleição, no que foi bem sucedido, sendo reeleito, por 6 vezes. Só não concorreu à reeleição em 2018, por ter se candidatado à Presidência, no que foi igualmente bem sucedido. 

Associando posições ideológicas bem definidas - defendidas com plena convicção - com uma eficaz atuação como despachante de interesses corporativos, pavimentou o seu caminho político sempre voltado para a reeleição no pleito seguinte, sem correr riscos na manutenção do seu mandato de deputado, encoberto na falta de visibilidade do baixo clero da Câmara dos Deputados.

Buscar a reeleição sempre foi da natureza intrinseca da sua pessoa, ao longo da carreira política.

Não seria diferente na Presidência da República. Desde o dia em que tomou posse, no início de 2019, está voltado para a sua reeeleição em 2022. Nunca desceu do palanque, seja virtual, como presencial. 

Incorporou outros temas e posições para ganhar adeptos. Nunca foi "terrivelmente evangélico", mas se associou a lideranças das denominações, o que lhe proporcionou mais de 400 mil votos na sua última reeleição para deputado federal, em 2014, no Rio de Janeiro.

Nas eleições de 2018, ao perceber duas grande ondas ou tendências as incoroporou na sua campanha, associando-se à principal liderança, de cada uma delas: Sérgio Moro, do combate à corrupção e Paulo Guedes, da economia liberal.

Na Presidência da República, percebeu que - diferentente do baixo clero - está permanentemente sob os holofotes, com dificuldade de esconder as suas vulnerabilidades que colocam em risco a  governabilidade e o seu próprio mandato.

Tendo que alcançar as medidas que favoreçam a sua reeleição e ainda assegurar o seu mandato, já abandonou o cerrado combate à corrupção e está em vias de deixar o liberalismo econômico "guedista". Sempre movido pelo objetivo da sua reeleição em 2022.

Não será diferente, com relação à mudança do cenário norte-americano, com a provável derrota de Donald Trump. Este, derrotado nas urnas, tentará ganhar no "tapetão" e até a batalha final, contará com o pleno apoio e lealdade de Jair Bolsonaro.

Mas se confirmados, os resultados, Bolsonaro fará prevalecer o seu pragmatismo, inteiramente voltado para a reeleição, em 2022, em relação a quatro pontos principais:

  • gasto público acima do teto;
  • politica (anti) ambiental;
  • política de relações externas;
  • vacinação em massa, preventina à COVID-19.
Em 2021 deverá preservar o teto, apesar das pressões dos aliados politicos, para poder gastar mais em 2022.

Na questão ambiental o cenário mais provável é do reforçar a delegação da gestão da área, para a ala militar, sob comando do Vice-Presidente Hamiliton Mourão, ainda que preservando a manuntenção de Ricardo Salles, no Ministério do Meio Ambiente, para encobrir a militarização da área.

Sem a liderança de Trump, mudará as relações com a China e com a Comunidade Européia.

O Brasil corre maior risco de ser um pária internacional com a improvável reeleição de Trump - no tapetão - do que com Biden.

Sem Trump, Bolsonaro tenderá a restabelecer as relações com os paises europeus, buscando apoio institucionais e financeiros para a maior preserva ção da Amazônia e do Pantanal, minimizando o discurso de risco à soberania. 

Em 2018, provavelmente os "pró-ambiente" votaram majoritariamente em Bolsonaro, sem perceber claramente, os seus propósitos e compromisso com os predadores ambientais. Votaram em Bolsonaro, em função de outros temas da sua agenda, principalmente o combate à corrupção.

Em 2022, os "pró-ambiente", mais conscientes, tenderiam a votar contra Bolsonaro, caso mantida as políticas atuais. 
Para Bolsonaro o que importa é saber o tamanho desse eleitorado e o quanto esse pode influir no resultado das eleições. 
Eles são uma pequena tribo, em termos quantitativos, mas barulhentos que conseguem mobilizar os seus integrantes tribais internacionais, para uma pressão sobre o Governo, ou uma imensa comunidade nacional?
A visão de Bolsonaro é que ambinetalistas dinamarqueses, noruegueses, frances, alemães, ingleses, japoneses e outros, podem fazer discursos contra o Brasil, mas não são eleitores no Brasil. Não tem voto. A preocupação de Bolsonaro é o quanto a "piralha" pode influenciar o voto dos piralhos e piralhas brasileiras. Por que estes já terão alcançado a idade para serem eleitores. 

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Uma boa intenção, mas duvidosa

 Na aprovação do projeto de lei que estabelece a autonomia operacional do Banco Central, foram estabelecidas duas missões adicionais ao BC para o qual ele não conta com instrumentos adequados, tampouco fundamentos teóricos.

Diz o projeto que:

“Sem prejuízo de seu objetivo fundamental [de estabilidade de preços], o Banco Central do Brasil também tem por objetivos zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”,

São meras intenções políticas, ou "jabutis oficiais" para mitigar a oposição ao projeto.

O papel fundamental do Banco Central é de governança monetária, sustentado por teórica, ou cientifica segundo os economistas e instrumentos para tal, como a definição da taxa de juros básica, intervenção no mercado de câmbio, volume de dinheiro em circulação no país, gestão das reservas monetárias do país, regulação e controle do sistema bancário e afins, mais outras atividades pertinentes.

Em relação à suavizar as flutuações do nivel da atividade econômica, trata-se de orientar a política monetária para conter flutuações excessivas, que - em  geral - ocorrem por fatores externos. 

Requer uma boa gestão da politica monetária, sem a contaminação de interesses políticos imediatistas, vale dizer "populistas",  dai a importância da autonomia do Banco Central. 

Já em relação à fomentar o pleno emprego, há pouca ou nenhuma base teórica/científica para utilização da política monetária como instrumento de interferência no mercado de trabalho.

Sua atuação em relação ao mercado de trabalho seria indireta, a menos que extrapolasse as suas atribuições para adentrar em outros campos da política econômica.

Dois seriam os principais formas de atuação indireta: evitar flutuações cambiais de valorização do real, o que poderia conter as exportações, com impactos sobre a atividade produtiva voltada para o mercado internacional e, consequentemente, os empregos vinculados a essas atividades. 

No mercado interno já tem atuado na redução da taxa de juros para incentivar as compras a prazo. Só tem tido resultado positivo no mercado imobiliário de classes de renda mais alta. 

Vem ocorrendo um aumento dos empregos no setor, mas insuficiente para melhorar os índices agregados de emprego.

A construção não é o maior emprgador, como se imagina.

O comércio de automóveis estaria com maior aquecimento no segmento dos seminovos, comprometendo o dos carros novos que impulsionam a produção. E o Banco Central tem pouco a fazer, em relação a isso, embora seja uma situação conjuntural. 

Nos demais setores menos impactados pela taxa de juros, com prevalência das compras à vista a recuperação é lenta, o que indicaria a ineficácia da politica de juros para fomentar o pleno emprego.

O fator mais importante do tripé monetário, fundamento da ação de um Banco Central autônomo está em não intervir para sustentar a valorização do real, ou - o que é o outro lado da moeda - para evitar a desvalorização do dolar, que tem dominada a visão populista política. 

Jair Bolsonaro, embora um populista, tem dado independência ao Ministro da Economia e ao Banco Central, para manter uma política de não intervenção, o que pode dar maior segurança às empresas para aumentarem as suas exportações. 

O agronegócio tem respondido favorável e rapidamente, enquanto a indústria ainda está reticente, com receio de se aventurar mais amplamente no mercado internacional.

Nesse sentido o cenário decorrente da autonomia do Banco Central seria mais promissor. 

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Um animal instintivo e esperto

  Jair Bolsonaro é um veterano da velha política, um animal político primário, instintivo e esperto, que sempre alcançou os seus objetivos politico-eleitorais, ao longo de 30 anos de carreira política.

Colocou três fantasias em 2018, com as quais foi - supreendentemente - eleito Presidente da República, com o voto de 47 milhões de eleitores: a de combate à corrupção, a da nova política e a da economia liberal.

Já arrancou duas delas, permanecendo ainda - provavelmente por pouco tempo - a de liberal, na economia, com responsabilidade fiscal.

Como representante da velha política, sempre teve como prioridade número um, da sua atividade política, iniciada ainda nos anos oitenta, do século passado, ser reeleito ou eleito para cargos mais importantes. Assim, iniciando a carreira, como vereador no Rio de Janeiro, foi eleito deputado federal e reeleito por 6 vezes. Não por acidente, mas porque desde o primeiro dia de posse, a sua prioridade absoluta foi ser reeleito, agindo para tal. Sempre foi bem sucedido, embora tenha uma atuação e produção legislativa, considerada pobre pelos analistas.

Mas Jair Bolsonaro nunca deu atenção aos analistas, mas total ao seu eleitorado. Sempre foi um eficaz despachante dos interesses corporativos da sua base eleitoral e, ao longo do tempo, foi agregando novas adesões.

Portanto não é estranho que ele "só pense na reeleição": é da sua natureza. 

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Campanha pessoal pró-Trump

 Na reta final da campanha para a eleição presidencial dos EUA, Jair Bolsonaro está em plena campanha a favor do seu "amigo" Donald Trump, por razões pessoais, ideológicas e pragmáticas.

Caso Trump perca, Bolsonaro ficará sem qualquer apoio internacional significativo para manter a antipolítica ambiental. Ao contrário terá que enfrentar cerrada contestação dos países europeus, tendo que se defender sozinho. Enfrentando, adicionalmente, oposição interna e apoio apenas de facção do agronegócio, da ala ideológica e da sua seita.

Se Trump não for reeleito, Bolsonaro fica órfão politica e ideologicamente e obrigado a assumir a chefia da família, isto é, a família dos dirigentes de direita, raros no mundo e todos de países de menor expressão demográfica, econômica e política que o Brasil. Apenas um deles, Israel, tem poder militar maior.

Terá competência para tal ou deixará a família direitista mundial inteiramente desmembrada, cada qual para o seu lado, sem uma liderança forte?

Se Trump não for eleito, a alternativa de sobrevivência política de Bolsonaro é migrar da extrema direita para o centro "centrão", abandonando a ala ideológica e ajustando a (anti) política ambiental e a de relações exteriores. 

Sem o apoio imaginário de Trump, a ala ideológica terá dificuldade, perante o Congresso em sustentar a presença de Ricardo Salles e de Ernesto Araújo, no Governo. Se o centrão os abandonar, ainda que por objetivos de ocupar os cargos, Bolsonaro não conseguirá mantê-los. Por onde anda Hugo Napoleão?

Abrandará ou abandonará o conflito contra a China, assumindo uma posição mais pragmática para consolidar as relações comerciais com aquele país.

Embora o Brasil não seja relevante na pauta eleitoral, Bolsonaro não pode deixar um flanco adicional de Trump perante Biden que já se posicionou em relação ao Brasil. Bolsonaro não pode deixar evoluir uma imagem pessoal de não estar empenhado na reeleição de Trump. 

Dai o discurso contra a vacina de origem chinesa, que será mantida ou esquecida em função dos resultados da eleição norte-americana. 

Aproveita para provocar e contestar João Dória, mas a motivação principal não é interna, mas externa. Esta vence essa semana.

Enquanto o Presidente mantém um fervoroso discurso pró-Trump, o Governo Brasileiro já está se preparando para um cenário Biden, presidente dos EUA.


Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...