
A idéia ou lema do "Brasil celeiro do mundo", sintetiza a posição da agropecuária, que acaba tendo uma resistência inconsciente por parte da sociedade urbana que não quer ser dominada pelo campo.
Do ponto de vista macro econômico a contribuição da agropecuária para o PIB é pequena, por que está no início da cadeia produtiva. Somando o restante dessa cadeia a participação é estimada em cerca de 20%. Mas ai, a agropecuária representa apenas 25% do PIB do agronegócio, com a indústria representando outros 25%, dos quais 5% são insumos. O processamento industrial não passaria de 20% do PIB do agronegócio. A metade é representada pelos serviços. Ou seja, agronegócio é agro-serviço. Onde a logística e a comercialização representariam a maior parte.
O que o consumidor de alimentos no Brasil, como no mundo, paga é pelo custo do alimento chegar até o varejo. Ou até ao seu prato, ao consumí-lo num restaurante.
Para ser reconhecido socialmente o agronegócio precisa substituir a visão "Brasil celeiro do mundo" por "Brasil, alimentando o mundo" ou similar. Precisa substituir a idéia de produtor e exportador de matérias primas, para ser um supridor mundial de alimentos. E ainda de energéticos e de produtos de madeira.
O grande desafio do agronegócio é agregar valor às suas matérias primas agro-pastoril pelos serviços. Muito mais que pela industrialização.
O agronegócio para ter o reconhecimento social precisa mostrar que é muito mais que produção agrícola e pastoril.
O lema da campanha da Rede Globo tem esse sentido, mas o conteúdo continua sendo dominado pelo Globo Rural.
Nenhum comentário:
Postar um comentário