A animação com a inflexão dos investimentos dentro do PIB, faz sentido, mas deve ser visto com cautela.
Dos investimentos, contabilizados dentro das contas nacionais, como Formação Bruta de Capital Fixo - FBKF, uma grande parte é consumo de bens duráveis, como a compra de um imóvel residencial ou aumento da frota de locadoras de automóveis. Ou mesmo a compra de ônibus para o transporte coletivo. São itens importantes, mas que não aumentam a capacidade produtiva industrial.
Esta é representada pelo item máquinas e equipamentos cuja participação dentro da FBKF não alcança 20%. Deve ainda ser considerado que os equipamentos para o setor de energia elétrica, tanto na geração, como na transmissão, estão dentro deste item. Os de telecomunicações estão contabilizadas a parte.
O principal item da FBKF está em "construção de outros edifícios e estruturas" que fica em torno de 30% do total. E juntamente com a construção residencial representam cerca de 50% da FBKF.
A construção residencial sofreu um estouro da bolha imobiliária - que o setor recusa em reconhecer - e foi sustentada pelo programa governamental "Minha Casa, Minha Vida", embora em ritmo menor que dos anos anteriores. Com a perda de capacidade financeira do Estado, sem condições de manter os subsídios as perspectivas futuras desse programa são de redução continuada.
A melhoria da FBKF se deve à retomada do mercado imobiliário privado, com aumento dos lançamentos e maior produção nas obras em andamento, que estavam sendo tocadas em ritmo mais lento.
A perspectiva neste setor é positiva, mas a continuidade dependerá dos financiamentos privados. O Estado, seja diretamente, como indiretamente, através dos bancos oficiais, não tem mais condições de oferecer financiamentos a juros subsidiados.
Os investimentos industriais, em parte, são de máquinas e equipamentos importados. Aumenta a capacidade industrial, mas não geram - de imediato - encomendas à indústria nacional de máquinas e equipamentos. A curto prazo o efeito sobre o PIB é negativo, não positivo. Não aumenta a produção e o produto nacional. Essa tendência deverá continuar, diante da geração de divisas pelo agronegócio, contribuindo para uma estabilidade cambial em níveis relativamente baixos.
A grande esperança dos economistas e do mercado está nos investimentos em infraestrutura, ora com um grande gargalo. Até recentemente o principal investidor foi o Estado.
Com a sua "falência" não tem mais capacidade de investir. Tudo dependerá do interesse privado.
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