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O velho está morrendo e o novo ainda nem foi gestado
A velha polítrica está morrendo, por inanição. A terminante recusa do Presidente Bolsonaro em aceitar e praticar o presidencialismo de coalizão a enfraquece, mas ela resiste e não quer morrer. Está mantido por aparelhos que Bolsonaro não quer sustentar.
O "velho está morrendo", mas o "novo ainda não nasceu". Nesse meio tempo o vácuo gera resistências, cria os seus monstros e sucessivas crises.
Estou aqui parafraseando um relevante cientista político, que os que estão afeitos à questão sabem quem é. Não cito porque o seu nome é demonizado popularmente e leva a reações mais emocionais do que racionais.
A nova política só pode nascer a partir de uma ampla eleição popular e essa só está prevista para 2022. O grande embate será entre os que tentarão reavivar o presidencialismo de coalizão, isto é, a velha política e os que buscarão completar a inflexão da trajetória da política brasileira, elegendo uma nova política.
Essa ainda não está nem gestada. E ninguém ainda a formulou de forma objetiva. Só se propõe que seja nova, mas sem saber como será.
Enquanto o velho se debate para sobreviver, o novo ainda nem embrião é, o vácuo gera sucessivas crises, tentativas pontuais de contê-las, seja com inviáveis pactos, como pelo desvio de atenção a questões desimportantes para a história e o futuro do Brasil, mas de grande repercussão momentânea.
A economia continuará "patinando" dentro da transição política entre o velho e o novo. Mas poderá se recuperar antes e com isso até definir as opções políticas de 2022.
A "velha economia", que tem como principais pilares a ação econômica empresarial inteira ou predominantemente voltada para o mercado interno e protegida pelo Estado, também está sendo alvo de desconstrução, pelo domínio das autoridades econômicas do Estado, pelos "liberais". Igualmente a resistência é enorme e está concentrada numa burocracia formada pela corporação de servidores públicos, que capturaram o Estado e não querem perder o seu poder (e eventualmente, os empregos) de conceder benefícios ou punir as empresas privadas.
A "nova economia" não precisa esperar por 2022, porque se não antecipar a sua predominância, a economia brasileira sobreviverá em estado vegetativo até lá. Numa linha de estagnação, com pequenos crescimentos alternados com pequenas quedas, sem uma recessão profunda, como a de 2015-16, mas também sem crescimento relevante.
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