segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Opinião publicada, em dissonância com a opinião pública

  A opinião publicada é dominada pela visão humanista, emocional, sanitarista e aterrorisada com a sucessão de mortes diárias causadas pela COVID-19 e supõe-se que seja altamente crítica ao Presidente de República e ao Governo Federal e os desaprove. 

As pesquisas feitas durante as campanhas eleitorais de 2020, nas principais capitais, dentro das indagações sobre as intenções de votos, mostravam uma desaprovação pouco acima da aprovação, dentro da faixa de 30%. O apoio de Bolsonaro a candidatos teve efeitos negativos e nenhum dos apoiados foi eleito.

As interpretações predominantes foram de uma compensação positiva da concessão do auxílio emergencial, às percepções negativas das ações ou inações do Presidente diante da pandemia.

Nova pesquisa feita pelo DataFolha, com indagações específicas sobre o enfrentamento da COVID 19, leva a interpretações diferentes: a população brasileira não desaprova fortemente a ação/inação de Bolsonaro, sendo que metade o isenta pelas mortes.

A diferença poderia ser explicada pela visão da opinião não publicada e também da opinião publicada alternativa (a da rede social) que teria uma posição majoritária de apoio ao posicionamento de Bolsonaro.

Válida ou não, segurmente será adotada por Bolsonaro que seguirá com o seu negacionismo ou minimização da doença, agora acrescida da descrença ou desconfiança em relação às vacinas, principalmente a de origem chinesa, "made by Doria".

Ele próprio não tomará a vacina, lutará contra a obrigatoriedade de vacinação e não terá nenhuma preocupação com a demora da vacinação em massa. Só mudará de posição se perceber que a vacinação em massa será um desejo incontido de mais de 2/3 da poopulação, incluindo os seus adeptos. Estes resistirão, mas poderão ser levados pelo "efeito manada": difícil, mas possível.

O cenário mais provavel, para 2021 é da vacinação retardada e parcial, somente se completando em 2022, com a continuidade do ritmo de contaminações e de mortes, alançando mais de 200.000 óbitos, antes do final do primeiro trimestre de 2022, mas já em ritmo decrecente. 

Não será um ritmo uniforme, seja nos períodos, como nas localidades, fazendo com que alguns Governadores e Prefeitos venham a adotar novas medidas restritivas, afetando a evolução da economia. 

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

As disputas no Congresso

 Tendo prevalecido o que está escrito na Constituição Federal, está vedada a recondução dos atuais Presidentes da Câmara Federal e do Senado Federal, rebrindo a disputa sucessória entre dois grupos: o da base aliada do Governo e o do Legislativo independente. O primeiro é minoritário, mas mais coeso. O segundo envolve uma visão comum, mas com interesses diferenciados em relação ao comando da Câmara. Um terceiro grupo, intermediário poderá pender para um lado ou para outro decidindo a contenda.

O primeiro grupo é liderado por um grupo coeso de partidos médios, com um candidato definido. É caracterizado como "centrão" com o deputado alagoano Arthur Lira como candidato. Atrai os partidos de centro direita e de direita, com ressalvas.

O centrão aceita uma posição de subserviência do Legislativo em relação ao Executivo, embora negue formalmente. 

Além dos apoios partidários pode ter o apoio do baixo clero de todos os partidos do centro, incluindo os de centro-esquerda. 

O grupo defensor da independência do Congresso, é liderado pelo atual Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, reunindo as bancadas do DEM e do MDB, agregando - ainda de forma não consolidada a do PSDB. Tem como candidato mais provável, o atual Presidente do MDB, o deputado paulista Baleia Rossi.

Terá o apoio das bancadas dos partidos de esquerda. 

O grupo intermediário segue um discurso de independência, mas tem sido fundamental para a aprovação das medidas promovidas ou desenvolvidas pelo Governo. O mais importante é o PSD, que não tem candidato na Câmara, mas tem no Senado. O Partido NOVO, tem uma pequena bancada e também não tem candidato próprio. Já os republicanos, embora se definam como independentes do Governo, tem afinidades maiores com o atual Governo e tem candidato próprio. Marcos Pereira se apresenta como o "tertius".

As campanhas estarão mais voltadas para vencer as rejeições. As divisões dentro dos grupos poderão ser fatais. A lembrança da eleição de Severino Cabral, ainda está presente na memória de muitos veteranos.

Para ser eleito Presidente da Câmara Federal, Arthur Lira terá que adotar a estratégia Eduardo Cunha, atropelando as lideranças partidária, o que é inviável nas circunstânciais atuais. 

O enfraquecimento de Jair Bolsonaro, em contrapartida ao fortalecimento dos partidos, principalmente do MDB, tornou pouco provável a sua eleição, assim como de qualquer outro que tenha a chancela do Palácio do Planalto.


No Senado Federal a decisão do STF abalou inteiramente as articulações de Davi Alcolumbre que, como a alternativa do Governo, tinha poder que já perdeu. 

As articulações para a eleição do novo Presidente do Senado, serão comandadas pelos velhos líderes. O natural seria o comando pelo MDB, detentor da maior bancada mas esta está dividida entre os velhos sobreviventes do MDB "fisiológico", sempre dispostos a compor com o Governo e assumir o comando da base aliada e os emedebistas autênticos. Os primeiros, ainda capitaneados por Renan Calheiros, não tem força para articular uma candidatura do grupo, aceitável pelos demais. O emedebista mais autêntico está recolhido, mas pode reemergir no cenário politico: Jarbas Vasconcelos. 

Em 2021 poderá se repetir o mesmo cenário de 2019.  O MDB fisiológico vencerá a disputa interna indicando um dos seus membros, o mais provável sendo Fernando Bezerra Coelho, que será derrotado pelo outro candidato.

A articulação do "outro candidato" deverá ser articulado pelo Senador Tasso Jereissati, podendo ser o mesmo, ou Antonio Anastasia, ora no PSD, que detém a segunda maior bancada partidária no Senado Federal. 

Anastasia tem um perfil semelhante ao de Rodrigo Maia. É a favor do liberalismo econômico, defende as reformas e a boa gestão das contas públicas, mas não se subordina ao Governo. 

Não seria o Presidente do Senado dos sonhos de Jair Bolsonaro. 




Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...