Tendo prevalecido o que está escrito na Constituição Federal, está vedada a recondução dos atuais Presidentes da Câmara Federal e do Senado Federal, rebrindo a disputa sucessória entre dois grupos: o da base aliada do Governo e o do Legislativo independente. O primeiro é minoritário, mas mais coeso. O segundo envolve uma visão comum, mas com interesses diferenciados em relação ao comando da Câmara. Um terceiro grupo, intermediário poderá pender para um lado ou para outro decidindo a contenda.
O primeiro grupo é liderado por um grupo coeso de partidos médios, com um candidato definido. É caracterizado como "centrão" com o deputado alagoano Arthur Lira como candidato. Atrai os partidos de centro direita e de direita, com ressalvas.
O centrão aceita uma posição de subserviência do Legislativo em relação ao Executivo, embora negue formalmente.
Além dos apoios partidários pode ter o apoio do baixo clero de todos os partidos do centro, incluindo os de centro-esquerda.
O grupo defensor da independência do Congresso, é liderado pelo atual Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, reunindo as bancadas do DEM e do MDB, agregando - ainda de forma não consolidada a do PSDB. Tem como candidato mais provável, o atual Presidente do MDB, o deputado paulista Baleia Rossi.
Terá o apoio das bancadas dos partidos de esquerda.
O grupo intermediário segue um discurso de independência, mas tem sido fundamental para a aprovação das medidas promovidas ou desenvolvidas pelo Governo. O mais importante é o PSD, que não tem candidato na Câmara, mas tem no Senado. O Partido NOVO, tem uma pequena bancada e também não tem candidato próprio. Já os republicanos, embora se definam como independentes do Governo, tem afinidades maiores com o atual Governo e tem candidato próprio. Marcos Pereira se apresenta como o "tertius".
As campanhas estarão mais voltadas para vencer as rejeições. As divisões dentro dos grupos poderão ser fatais. A lembrança da eleição de Severino Cabral, ainda está presente na memória de muitos veteranos.
Para ser eleito Presidente da Câmara Federal, Arthur Lira terá que adotar a estratégia Eduardo Cunha, atropelando as lideranças partidária, o que é inviável nas circunstânciais atuais.
O enfraquecimento de Jair Bolsonaro, em contrapartida ao fortalecimento dos partidos, principalmente do MDB, tornou pouco provável a sua eleição, assim como de qualquer outro que tenha a chancela do Palácio do Planalto.
No Senado Federal a decisão do STF abalou inteiramente as articulações de Davi Alcolumbre que, como a alternativa do Governo, tinha poder que já perdeu.
As articulações para a eleição do novo Presidente do Senado, serão comandadas pelos velhos líderes. O natural seria o comando pelo MDB, detentor da maior bancada mas esta está dividida entre os velhos sobreviventes do MDB "fisiológico", sempre dispostos a compor com o Governo e assumir o comando da base aliada e os emedebistas autênticos. Os primeiros, ainda capitaneados por Renan Calheiros, não tem força para articular uma candidatura do grupo, aceitável pelos demais. O emedebista mais autêntico está recolhido, mas pode reemergir no cenário politico: Jarbas Vasconcelos.
Em 2021 poderá se repetir o mesmo cenário de 2019. O MDB fisiológico vencerá a disputa interna indicando um dos seus membros, o mais provável sendo Fernando Bezerra Coelho, que será derrotado pelo outro candidato.
A articulação do "outro candidato" deverá ser articulado pelo Senador Tasso Jereissati, podendo ser o mesmo, ou Antonio Anastasia, ora no PSD, que detém a segunda maior bancada partidária no Senado Federal.
Anastasia tem um perfil semelhante ao de Rodrigo Maia. É a favor do liberalismo econômico, defende as reformas e a boa gestão das contas públicas, mas não se subordina ao Governo.
Não seria o Presidente do Senado dos sonhos de Jair Bolsonaro.
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