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sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Tudo muito simples

 A Ford Motors Co tem unidades de montagem e produção de auto-peças, tanto no Brasil, como na Argentina, instlando a sua cadeia produtiva, regional e não nacionalmente.

Os carros de entrada, montados no Brasil são vendidos na Argentina, como nacionais, tanto quanto o Focus, comprados pelos brasileiros, como produto nacional, é montado na Argentina.

A Argentina tem uma economia dolarizada, o que significa que quando o Brasil importa da Argentina, paga com um dólar acima de R$ 5,00, apenas com vantagens tarifárias em relação a uma compra dos EUA.

Com a globlização e mundialização das cadeia produtivas, todos os carros montados, em qualquer país, tem um baixo índice de nacionalização. Todos os países se especializam em alguma das partes, onde são mais competitivos e importam dos demais o que é mais vantajoso. 

A Ford do Brasil, como as demais montadoras aqui instaladas, fazem grandes importações e os custos dos seus carros estão sujeitos às variações cambiais.

Com a sua produção voltada quase totalmente para o mercado interno, o preço precisa subir enquanto a renda ou remuneração do potencial comprador fica estável.

Para não elevar demasiadamente os preços, o que afetaria o nível de venda, a empresa absorve a diferença, como prejuizo tolerável e temporário.

Quando a variação é excessiva ou excessivamente demorada o prejuizo se torna intoleravel e a empresa prefere parar a produção e deixar de vender do que continuar absorvendo os prejuizos. É uma das razões da Ford, para o fechamento das suas fábricas no Brasil.

Mas por que mante a produção na Argentina? Porque ela vende no equivalente ao dolar e a renda dos compradores também. As variações são relativamente menores, os prejuizos mais toleráveis.

Simpes assim.

A solução está na dolarização da economia? Não

A solução é evidente e está sendo praticada pelo agronegócio. Aumentar as exportações. 

A conformação produtiva e comecial do agronegócio faz com que os seus negócios sejam dolarizados. Mas tem impactos internos quando produtos de exportação são vendidos também no mercado interno.É o caso da carne.

Mas não é o caso do arroz e do feijão em que os aumentos são dos aproveitadores, que nem importam, tampouco exportam. 

Mais simples ainda.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Um crime misterioso

A ruptura da barragem de uma represa de rejeitos em Brumadinho é o crime mais monstruoso já praticado no país, mas cuja ocorrência e responsabilidades ainda precisam ser esclarecidas. O que está evidenciado são as trágicas consequências do crime. Que não é apenas de caráter ambiental. Mais de uma centena de vítimas humanas tragadas pela lama e pelos minérios, não é só uma questão ambiental.
A Vale não tem mais interesse em continuar com a mineração em Minas Gerais. A extração tem custo operacional elevado, agravadas pelos custos ambientais. Estava em processo de redução e desativação das suas minas na bacia do Paraupebas, que abrange uma área dentro do Município de Brumadinho.
Se ela não estava interessada, porque estava reativando as operações, com a obtenção acelerada do licenciamento ambiental?
A culpa é do Governo do Estado? É da sociedade mineira.
Essa quer que a Vale seja empregadora, mas não a quer como causadora de desastres. Para os trabalhadores vale a pena trabalhar para morrer por ela?
É possível compatibilizar os objetivos de emprego e impacto ambiental?

A origem do crime é outra: chama-se "falta de engenharia". 

(cont)


quarta-feira, 19 de setembro de 2018

A oportunidade para voltar a crescer

O desenvolvimento de um agronegócio de maior valor agregado é a maior oportunidade que o Brasil tem para voltar a crescer e promover a sua reindustrialização.
A oportunidade decorre da continuidade da demanda do mundo por alimentos, em função do aumento da população e da melhoria das rendas per-capita. De um lado há demanda para vencer a fome e, de outro, melhorar o consumo de alimentos mais saudáveis.
A ameaça está na concorrência. Outros países estão percebendo a mesma oportunidade. Alguns, sem matérias primas, buscam importá-las para processá-las e exportar alimentos prontos ou semiprontos para consumo, com maior valor agregado. 
O Brasil se planeja e se firma como um supridor mundial de alimentos processados ou será "relegado" ao papel de fornecedor de commodities, com baixo valor,  para os países que irão processá-los, agregar valor, gerar empregos e se desenvolver economicamente, às custas do "celeiro do mundo". 
Ou o Brasil percebe e aproveita a oportunidade ou irá perder sucessivamente posições entre as maiores economias do mundo, com a continuidade de taxas de crescimento pífios.

sexta-feira, 30 de março de 2018

Agricultura familiar x patronal (3)

A agropecuária voltada às exportações é de grande porte, com alta tecnologia e pouca geração de empregos. Mas são empregos bem remunerados e com grande capacidade de consumo.

O desenvolvimento regional requer a retenção dessa renda na própria região. E para isso deve prover uma oferta suficiente e adequada.

A pequena produção agrícola precisa se voltar para atender a essa demanda, promovendo a multiplicação da renda.

A inserção da agricultura familiar nessas cadeias produtivas alimentares lhe propiciará condições de expansão, levando-a a superar os limites regulatórios como agricultura familiar. 

Essas não devem ser limitações para o crescimento. 

sexta-feira, 23 de março de 2018

Ainda a Lei Kandir

A ampliação da produção e exportação de óleo de soja, em vez da exportação desse incorporado ao grão, depende das estratégias das empresas que dominam a comercialização internacional do complexo soja nos três maiores países produtores e exportadores. As grandes tradings. 

É um projeto de mercado, mas depende de projeto público para gerar melhores condições competitivas às exportações do óleo produzido no Brasil, em relação aos produzidos nos países concorrentes, ainda que pelas mesmas empresas. 

O principal fator de decisão deverá ser o custo do produto nos portos de saída, acrescido dos custos dos fretes internacionais, dependendo do destino.

Para reduzir as condições mais desfavoráveis serão necessários reduzir o custo logístico do escoamento dos produtos pelos portos do norte e eliminar as distorções tributárias. 

A lei Kandir afeta as decisões, mas não é o principal fator.






quarta-feira, 21 de março de 2018

A controvérsia da Lei Kandir

Não é a Lei Kandir que determina o perfil das exportações do complexo soja. É o mercado.
O Brasil se tornou um grande exportador de grãos de soja e não de seus semi-manufaturados (óleo e farelo) por uma opção de mercado.
Aproveitou a oportunidade da demanda da China que é um país consumidor de óleo de soja e não de palma, como grande parte dos paises orientais.
A China não quer comprar óleo de soja, tampouco farelo. E esse seu perfil não será alterado, com eventual revisão da Lei Kandir.
A soja não é um cereal, mas uma oleaginosa. O que o mundo quer é o óleo. E o mercado mundial de óleos vegetais é dominado pelo dendê. O de soja é complementar.

Para mudar o perfil de exportações do complexo soja é preciso mudar o perfil de destino. Por exemplo, a Índia que precisa do farelo, mas não quer o  óleo de soja. 

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Brasil Desenvolvido

O BNDES está apresentando para discussão pública a sua proposta Visão 2035 - Brasil Desenvolvido.

O Brasil é ainda um país emergente e não aceito  mundialmente como desenvolvido, porque apesar de ter uma região altamente industrializada e desenvolvida, abaixo do paralelo 16, isto é, no sudeste e sul do país, tem ainda uma ampla área subdesenvolvida.

O Brasil só se tornará um país desenvolvido quando transformar essa área subdesenvolvida em emergente. 

O grande desafio do Brasil até 2035 não está na sua política fiscal - embora seja fundamental -, mas medidas macroeconométricas, mas em promover o desenvolvimento dessa região, mediante ação privada.

Não poderá ser como ocorreu no século passado, em que o desenvolvimento da região sul-sudeste foi comandado e financiado pelo Estado.

A nova fase de desenvolvimento terá que ser eminentemente privada. Mas não poderá prescindir da ativa participação do BNDES.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Brasil 2018: Renovação do Congresso Nacional

A sociedade brasileira está farta com a qualidade dos políticos brasileiros. 

Quer "demitir" os Renans, os Rodrigos Maia, e outros tantos menos conhecidos.
Tem se movimentado, mas de forma equivocada e pouco eficaz. Por falta de compreensão do funcionamento do sistema democrático brasileiro. Em particular do processo eleitoral.

De nada adianta manifestações na Avenida Paulista se não conseguir sensibilizar os eleitores das Alagoas e, principalmente, de Murici a não votar em Renan Calheiros. 

Há muita energia, muito esforço gasto a toa, por gente de boa vontade e de "saco cheio". 

Eleição parlamentar no Brasil não é nacional. É estadual. Cada eleitor só vota em candidatos dos seus respectivos Estados.

Enquanto os revoltados não se conscientizarem desse fato essencial, muito do seu esforço será em vão. 

terça-feira, 14 de março de 2017

A seca não vai acabar nos Grandes Sertões e os Severinos irão rumo às cidades

As águas retiradas do Velho Chico chegarão a açudes existentes e farão a água voltar a velhos cursos d'água que ficaram secos, com as estiagens prolongadas. Os que estão perto desses serão beneficiados, mesmo sem a existência de rede de distribuição. 

Os beneficiários mais imediatos serão as populações urbanas, próximas aos açudes recompostos. Os que ficam mais distantes, nos Grandes Sertões - Veredas, continuarão mostrando as chocantes cenas de familias dependentes de carros pipa do Exército e animais morrendo ou mortos. 

Depois de tanto alarde, em 2018 ficará a frustração de muitos. A água não chegará às torneiras de muitos.

O que deverá ocorrer de fato será a migração de Severino atrás da água. Mesmo que seja para tomar banho dentro do canal.

Ficando na roça, acabará tendo que gastar toda sua bolsa família na compra da água em carro pipa. A alternativa é mudar-se para a cidade mais próxima da água, mantendo plantações, cuidando de bois e bodes, ou simplesmente para sobreviver nas favelas das cidades abastecidas de água, com o dinheiro do Bolsa-Família.

O resultado mais provável não será o fim da seca no Nordeste. Muitas áreas continuarão secas, mas sem população humana e animal. Virarão desertos.

E as pequenas cidades próximas dos açudes ficarão inchadas, com a geração de novos problemas sociais. 

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O mercado de trabalho em 2017

O mercado de trabalho brasileiro vai melhorar em 2017, devendo apresentar quedas na taxa de desemprego, aumento do número de empregados formais ao final do ano.
Mas será desigual, regionalmente, principalmente quanto ao ritmo.
De um lado o mercado será acionado pela elevação da produção agropecuária, principalmente pela produção de soja. A safra 2016/2017 já está em colheita, deverá alcançar mais de 100 milhões de toneladas e irrigar o mercado com mais de R$ 100 bilhões, logo no inicio do ano. 
A produção de grãos no Brasil é altamente modernizada, com amplo uso de equipamentos, tecnologia e baixa utilização de mão-de-obra. A repercussão dos aumentos recorde de produção da soja não deverá ter grandes repercussões diretas sobre o mercado quantitativo de empregos.
Os impacto mais imediato será dos gastos em consumo - tanto de bens duráveis, como não duráveis - dos agentes da produção agrícola, envolvendo os fazendeiros e os operadores de equipamentos: poucos, mas bem remunerados. 
A principal repercussão deverá ser no comércio varejista e nos serviços. 
Os maiores polos de geração de empregos serão os centros urbanos de apoio aos produtores de soja.

Por outro lado a economia industrial, concentrada no sudeste, mas referência para toda a economia nacional, continuará "patinando" sem forças próprias para uma reanimação. 
O impulso de retomada da economia não será dada pelos investimentos privados, mas pelo consumo privado. O empreendedor privado só retomará os investimentos quando vislumbrar perspectivas sólidas de aumento da sua demanda. Como o setor público perdeu inteiramente a capacidade de investir, a retomada a curto prazo da economia industrial brasileira dependerá do aumento do consumo. E essa só ocorrerá por injeções externas, sejam oriundas da agropecuária, como de exportações da própria indústria.

A esperança de reanimação da economia através de injeção de recursos públicos está na liberação dos recursos inativos do FGTS, cujo volume está estimado entre 40 a 50 bilhões de reais.
O seu efeito positivo, no entanto, depende do controle da inflação. Para que não seja anulado pelo aumento dos preços.
Com a nova política monetária adotada pelas autoridades econômicas, pode-se prever uma reanimação da economia industrial, mas de forma lenta e gradual, com impacto maiores no segundo semestre de 2017. Mas que poderá ser antecipada pelas injeções dos citados recursos externos. 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

China no comando do tratamento do ar

Os chineses estão se preparando para ocupar o lugar dos EUA fora desse pais, em função da política do "yankee come home" ou "yakees came back". Em alguns casos já se anteciparam, como no caso do setor de ar condicionado domiciliar, com a compra pela Midea, das operações sul-americana da multinacional americana Carrier, a maior empresa mundial do setor. E que esta sendo, nominalmente, convocada por Trump a voltar para casa.

Tem sido evidente a estratégia das empresas chinesas, como a Midea, a Gree e a Haiar em dominar o mercado mundial, exceto o norte-americano, de ar-condicionado domiciliar.

O Brasil que montou uma industria de produção de aparelhos de ar condicionado, anterior à abertura, pode estar condenado a ficar apenas com algumas montadoras do produto final na zona Franca de Manaus e transformar o setor de industrial em de serviços.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

As ilusões em torno da reativação da Fiol

O Governo da Bahia estaria tentando convencer o Governo Federal a acelerar a licitação da concessão da Fiol - Ferrovia Oeste Leste, fiando-se no interesse de um grupo chines que estaria estudando a sua viabilidade econômica. 
Se o estudo for sério vai dar inviável e nem mesmo os chineses vão participar da licitação.

A Fiol foi montada a partir de um projeto de mineração de ferro, quando as cotações estavam elevadas e que desabaram.

O novo grupo interessado terá que assumir todo conjunto, envolvendo a mina, a ferrovia e o terminal portuário. A Bamin contava com um frete subsidiado da Fiol, com recursos governamentais.  O empreendedor terá que investir na ferrovia. Não poderá contar com subsídios governamentais. E terá ainda que investir e operar o terminal portuário. Precisará de imensos volumes de carga.

A ilusão que move o Governo Estadual é que todos os recursos para o investimento seriam estrangeiros. E que o empreendimento geraria muitos empregos durante a construção, além de promover o desenvolvimento econômico e social nas regiões da mina, do porto e das estações intermediárias.
Na prática não é o que acontece. Depois de iniciado, o grupo empreendedor entra com um pedido no BNDES e no BNB.
A construção da via permanente irá mobilizar um grande número de trabalhadores, mas os chineses vão pressionar para uma grande contratação de trabalhadores chineses, temporários, regidos pelas leis trabalhistas deles, com uma redução da absorção de trabalhadores nacionais. Os trilhos, os equipamento das vias e de sinalização, locomotivas e vagões serão todos de fornecimento chinês. 

O resultado pior é que pela verificação da inviabilidade econômica do empreendimento, depois de iniciado, esse seja simplesmente abandonado, deixando apenas rastros de devastação. 

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Competitividade e lucratividade nas commodities

No mercado das commodities ter menor custo não gera - de imediato - maior competitividade. Mas lucratividade.

O fato de ter menor custo não leva o produtor a vender mais barato para ganhar mercado. As cotações seguem um movimento global, sendo definido em bolsa de mercadorias. As vendas são definidas em torno dessas cotações e não por preço definido pelo produtor ou pelo comprador.

Se o produtor tem maior lucratividade, em função dos seus custos menores diante das corações vigentes aumente o plantio e isso pode levar à depreciação das cotações futuras que podem se efetivar quando essas se tornam presentes. A menos de fatores climáticos, como ocorreu com a safra brasileira 2015/16.

Quando as cotações caem, os de maior custo, com a perda de lucratividade reduzem o plantio ou até saem do mercado. E os com custos menores permanecem e dominam o mercado no ciclo seguinte. Essa é a perspectiva da soja brasileira. Essa é a condição que vai levar o Brasil a ser o maior supridor mundial de grãos.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Filé com osso (2)


Se não há interesse do agente privado em assumir a exploração de um aeroporto regional deficitário, e não caberia usar o modelo "filé com osso", como comentamos ontem aqui, quais seriam as alternativas para ter e manter um aeroporto regional?

Apesar de ser uma pergunta errada, vamos tentar responder. 

A primeira é manter como serviço governamental, com a entidade operadora recebendo subsídios do Tesouro. É a situação atual, através da Infraero ou de aeroportos estaduais.

A segunda é através de subsídios diretos a um operador privado. O modelo é da concessão patrocinada, raramente utilizada na prática. 

A terceira é da concessão administrativa. Já praticada no Brasil. O aeroporto é outorgado a um operador privado, que realiza os investimentos na implantação ou melhoria do aeroporto, cuida da operação e ao longo do contrato recebe uma mesada. A mesada é fixa, e dependendo da sua gestão poderá auferir lucros ou ainda permanecer com prejuizos.

A quarta alternativa montada para expansão da rede de aeroportos regionais é a do investimento pelo Governo Federal e concessão da operação aos Governos Estaduais ou municipais. Está suspensa por carência de recursos do Governo Federal. 

A pergunta certa é: devem ser mantidos e operados aeroportos deficitários?

Ou a pergunta complementar: porque investir em aeroportos regionais sem movimento?

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Os Brasís acima e abaixo do paralelo 16

Paralelo 16 é uma linha geográfica que "corta" o Brasil ao meio. Passa por Brasília.

Para o agronegócio significa a linha divisória de preferência de escoamento da safra de grãos. A produção abaixo do paralelo 16, tendo a linha do Equador como referência, continuaria sendo escoado pelos portos do sudeste e sul. Já a produção acima do paralelo 16 deveria ser escoado pelos portos do Norte. 

Não é nada novo.  Mas ainda amplamente desconhecido.


O Brasil acima do paralelo 16 era um grande vazio, exceto no seu entorno, onde se situam duas capitais estaduais (Cuiabá e Goiânia), a capital federal (Brasília)  o litoral. Este abrange todo o litoral do nordeste, a partir do sul da Bahia. 


Vazio e subdesenvolvido, porque o desenvolvimento econômico e humano do Brasil se concentrou na região sudeste-sul, abaixo do paralelo 16. Nesta se desenvolveu a indústria, ampliou-se a infraestrutura, estruturaram-se os centros financeiros, educacionais, culturais, serviços de saúde e outros.

Seis décadas após a decisão de Juscelino Kubitschek   decidir transferir a Capital Federal para a região Centro-Oeste, na região do paralelo 16, o Brasil - acima desse paralelo - começa a emergir como "um novo futuro", "uma nova esperança".

A imensa produção de grãos acima do paralelo 16 é uma realidade, em contínuo crescimento - apesar de uma pequena quebra em 2016 - mas continua carente de infraestrutura, o que ainda leva o escoamento pelos portos do sudeste-sul.

A implantação de uma infraestrutura logística para viabilizar o escoamento pelo norte promoverá uma expansão ainda maior da produção. Pelos ganhos de competitividade. E para a qual o mundo tem demanda. 

Mais uma vez, na história, o futuro do desenvolvimento brasileiro está em produtos "primários", ou em "commodities".
Vamos assumir ou vamos contestar? E buscar caminhos alternativos?

terça-feira, 26 de julho de 2016

Ferrovia Transcontinental Brasil - Peru

A apresentação do estudo de pré-viabilidade da ferrovia Transcontinental, elaborado por uma empresa chinesa, mostra não é de uma ligação entre oceanos, mas uma Ferrovia do Oeste. 

A ferrovia começa no Brasil, a partir da Ferrovia Norte-Sul em Campinorte, Estado de Goiás, até Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. E de lá segue por vários trechos brasileiros e depois por alternativas em território peruano até chegar ao Pacífico.

Do outro lado, a partir da Norte-Sul teria várias alternativas de ligações para chegar ao Atlântico. Pela definição oficial chegaria ao Porto do Açu, no Rio de Janeiro.
Dentro da concepção chinesa, não interessaria a ela essa ligação, embora a ferrovia seja caracterizada como Transcontinental.

Não é a ferrovia do sonho dos brasileiros que esperam um dia ter no país uma ligação ferroviária entre os dois oceanos.

O objetivo principal dos chineses é facilitar o escoamento dos grãos do Centro-Oeste (principalmente de Mato Grosso) para a China, saindo pelo Pacífico. 

Segundo o estudo chinês o principal concorrente à sua ferrovia é o leste e não o norte. O estudo chinês diz que da produção do Mato Grosso, em 2050, a maior parte (51,2%) saírá pelo Leste, 11,6% pelo Norte e   37,2% pelo Pacífico

Por isso não interessa àquele que seja transcontinental, mas apenas a ferrovia do oeste. Será o que mais convém ao Brasil?





terça-feira, 12 de julho de 2016

Desenvolver-se pulando o secundário

O processo de desenvolvimento econômico, no mundo até o século XX seguiu um processo de sucessivas etapas, começando pelas atividades extrativas e de produção agrícola, cuja geração de renda financiou a industrialização.
Essa ocorreu com grandes mudanças caracterizando as sucessivas revoluções industriais. A partir dela se desenvolveram os serviços, cuja importância dentro do conjunto da economia foi se tornando maior. A chamada 4ª Revolução Industrial, não é mais industrial, mas sim de serviços tecnológicos. 
O Brasil Sul, que fica abaixo do paralelo 16 seguiu essas etapas e está ora em crise. 

No Brasil, como um todo, o agronegócio, incluindo a agroindústria alcança 7,7% enquanto a indústria de transformação chega, praticamente a 10%, seguindo a trajetória de queda constante.
O comércio representa 13,5% e os serviços 50,4%. O setor terciário, no conjunto representam 64% do total de valores adicionados da produção.

Com as mudanças ocorridas e em curso no mundo e nos sistemas produtivos o Brasil Norte já está se terciarizando passando diretamente das atividades do setor primário para os serviços, sem passar pela etapa da industrialização.

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...