Fiquei com receio de uma avaliação pessimista precipitada e não abri publicamente o artigo abaixo, com as reflexões sobre as manifestações do dia 26 de maio. Infelizmente, os dados posteriores confirmaram.
A amplitude das manifestações de domingo passado, de apoio a Jair Bolsonaro e ataques aos seus supostos adversários, resulta no pior dos cenários futuros: ampliou os impasses, provocando uma paralisia de atividades no país.
Se a mobilização tivesse sido pífia, demostraria a fraqueza da seita e do seu líder, levando a oposição a forçá-lo a renunciar ou aceitar o papel de "rainha da Inglaterra", mantendo o cargo, mas sem poder efetivo. A Câmara dos Deputados assumiria o efetivo comando do Governo Federal e do país, numa espécie de "parlamentarismo branco".
Ao contrário se a mobilização tivesse sido um grande sucesso, obtendo o apoio de outros segmentos da população, levaria a Câmara dos Deputados a se submeter aos desígnios do Executivo, com o apoio da população e dos meios de comunicação.
Com uma mobilização ampla, mas de " meia boca", mantém o ativismo da bancada do PSL e das manifestações populares, contra o Centrão, mas sem força suficiente para impor a sua pauta. Por outro lado, o Centrão não obteria as maioria necessárias para tocar a sua agenda. A bancada bolsonarista não permite que o Centrão, com a liderança do Presidente da Câmara, conduza - a seu bel prazer - a sua agenda, que poderá ter alguns pontos em comum, com o Executivo. Com isso Executivo e Legislativo entrariam num impasse paralisante.
O "Centrão" tem cerca de 230 votos. A esquerda tem cerca de 170 votos e a direita, cerca de 120. Nenhum dos três blocos, sozinho, consegue aprovar ou derrubar nada,
(cont)
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