Na reta final da campanha para a eleição presidencial dos EUA, Jair Bolsonaro está em plena campanha a favor do seu "amigo" Donald Trump, por razões pessoais, ideológicas e pragmáticas.
Caso Trump perca, Bolsonaro ficará sem qualquer apoio internacional significativo para manter a antipolítica ambiental. Ao contrário terá que enfrentar cerrada contestação dos países europeus, tendo que se defender sozinho. Enfrentando, adicionalmente, oposição interna e apoio apenas de facção do agronegócio, da ala ideológica e da sua seita.
Se Trump não for reeleito, Bolsonaro fica órfão politica e ideologicamente e obrigado a assumir a chefia da família, isto é, a família dos dirigentes de direita, raros no mundo e todos de países de menor expressão demográfica, econômica e política que o Brasil. Apenas um deles, Israel, tem poder militar maior.
Terá competência para tal ou deixará a família direitista mundial inteiramente desmembrada, cada qual para o seu lado, sem uma liderança forte?
Se Trump não for eleito, a alternativa de sobrevivência política de Bolsonaro é migrar da extrema direita para o centro "centrão", abandonando a ala ideológica e ajustando a (anti) política ambiental e a de relações exteriores.
Sem o apoio imaginário de Trump, a ala ideológica terá dificuldade, perante o Congresso em sustentar a presença de Ricardo Salles e de Ernesto Araújo, no Governo. Se o centrão os abandonar, ainda que por objetivos de ocupar os cargos, Bolsonaro não conseguirá mantê-los. Por onde anda Hugo Napoleão?
Abrandará ou abandonará o conflito contra a China, assumindo uma posição mais pragmática para consolidar as relações comerciais com aquele país.
Embora o Brasil não seja relevante na pauta eleitoral, Bolsonaro não pode deixar um flanco adicional de Trump perante Biden que já se posicionou em relação ao Brasil. Bolsonaro não pode deixar evoluir uma imagem pessoal de não estar empenhado na reeleição de Trump.
Dai o discurso contra a vacina de origem chinesa, que será mantida ou esquecida em função dos resultados da eleição norte-americana.
Aproveita para provocar e contestar João Dória, mas a motivação principal não é interna, mas externa. Esta vence essa semana.
Enquanto o Presidente mantém um fervoroso discurso pró-Trump, o Governo Brasileiro já está se preparando para um cenário Biden, presidente dos EUA.
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