As eleições municipais, em grande parte nacionalizadas, em função da intervenção do Presidente da República, apoiando vários candidatos, sejam a Prefeitos Municipais como vereadores, não deram continuidade ao movimento de renovação emergida, com grande força, em 2018. A renovação prometia acabar com a Velha Política e instaurar uma Nova Política, livre do troca-troca (“toma cá, dá lá) no Congresso Nacional e extirpar inteiramente a corrupção da Administração Pública.
Foram duas propostas de renovação concomitantes: a renovação
bolsonarista que, além dos objetivos acima, trazia no seu bojo propostas
conservadoras em relação aos costumes e a proposta de armamento da população.
Outra era de uma renovação, com o ingresso de novatos na política, com mudanças
substanciais na forma de fazer política, combatendo, além da corrupção e do
troca-troca, combater o corporativismo e ou mau uso dos recursos públicos.
A renovação trouxe novas personagens ao mundo político,
algumas bem sucedidas e outras desastrosas.
Dois dos Governadores novatos, eleitos na onda bolsonarista, estão afastados,
sob risco de cassação definitiva, sendo que sobre Wilson Witzel há acusações de
corrupção.
2020 não deu continuidade aos movimentos de renovação. Na maioria
das capitais estaduais, prevaleceu a experiência, o conhecido e não a renovação,
a expectativa de grandes mudanças.
Vários Prefeitos foram reeleitos, Prefeitos atuais e ex-Prefeitos
poderão vencer o segundo turno.
Com a reversão da tendência, os principais perdedores são os
potenciais candidatos “out-siders”, como Luciano Hulk e Sérgio Moro, cuja imagem
de renovação não terá o mesmo apoio eleitoral.
Jair Bolsonaro foi o maior perdedor, com poucos dos seus
apoiados eleitos, ou chegando ao Segundo Turno.
A sua maior derrota foi em São Paulo, relacionada com o aumento da
desaprovação do seu Governo, alcançando 50%.
Perdeu substância no Rio de Janeiro, com votação de Carlos
Bolsonaro bem menor que a desejada, perdendo ainda a posição de vereador mais votado,
para o candidato do PSOL.
Bolsonaro terá que se reinventar para ser competitivo em
2022.
Já deu diversos passos nesse sentido. Associou-se ao centrão, restabelecendo o troca-troca, abandonou o combate à corrupção, fixou-se no auxílio emergencial como base eleitoral.
Reassumiu a sua verdadeira pele de Velho Político, desvestindo a roupa de Nova Política. Já percebeu que a Nova Política não será o tema principal das eleições presidenciais de 2022.
Irá concorrer como um verdadeiro populista, o que o torna competitivo, apesar do "tampamento de nariz" da elite.
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