Encerrada a votação para deputado federal, os eleitos já começam a se posicionar para as próximas eleições. Todos são, em princípio, candidatos à reeleição, a menos dos que pretendem concorrer a outros cargos. Quem ingressa na política não tem uma visão de curto prazo, mas uma carreira continuada, com sucessivas reeleições. Que o diga Jair Bolsonaro eleito pela primeira vez em 1990 e reeleito sucessivamente por seis vezes e só não candidatou-se à reeleição, por tentar e conseguir ser eleito Presidente da República.
O foco do deputado é atender ao "seu" eleitorado, ou seja, os eleitores do seu "reduto" eleitoral(*).
Esses eleitores não votaram no candidato por afinidade ideológica, ou nos programas propostos pelo partido do candidato, mas para ele representá-los em Brasília, como despachante dos seus interesses, sejam comunitários como corporativos.
Essa atuação não se limita à atividade legislativa, mas a obtenção de verbas e serviços para atendimento aos seus eleitores. É a razão que gera a pressão por verbas e cargos.
O Governo que não atender aos pleitos "fisiológicos" dos deputados não conseguirá o apoio deles para as suas proposições.
Tanto a parte da sociedade que votou pela renovação dos costumes políticos, acreditando que não haverá distribuição de cargos ou de verbas, ficará frustrada com a realidade do processo político.
A maior pressão partirá dos integrantes do PSL, que embarcaram na onda, mas não são inteiramente novatos e chegam ao Congresso com as mesmas visões "fisiológicas" dos não reeleitos, isto é, como despachantes dos interesses comunitários ou corporativos.
Pouco são os efetivamente novos e se colocam contra a corrupção e prometem inovar, mas as suas proposições objetivos continuam sendo genéricas e semelhantes aos dos anteriores.
(cont)
(*) os dados divulgados pelo TSE não individualizam o voto, até porque é secreto e não identificado na urna eletrônicas, mas mostram os votos por zonas eleitorais, o que permite caracterizar a base territorial do deputado.
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