A articulação com o Congresso

Definida como uma das principais promessas da campanha uma relação nova com o Congresso, sem o tradicional "troca-troca" ou "toma lá, dá cá", com os partidos o Governo Bolsonaro tem que manter uma articulação com o Congresso baseado em identidades políticas.
No entanto, diante da composição real da Câmara dos Deputados, formada, em grande parte - provavelmente a maioria - por despachantes, sejam de interesses comunitários ou corporativos, terá que dividir as frentes de articulação, com estratégias diferenciadas.
Uma primeira, tradicional é com as lideranças partidárias, o que está sendo preparada por Onix Lorenzoni, mas articulada diretamente com o Presidente Jair Bolsonaro.
A lideranças partidárias não gostam de negociar com intermediários. Podem desenvolver as tratativas com esses intermediários, mas só fecham o "negócio" diretamente com a autoridade principal. Bolsonaro já teria fechado acordo com o PT de Waldemar da Costa Neto e com o PSD de Gilberto Kassab. Dois líderes partidários que conseguem manter alto índice de fidelidade dos partidários. Por uma razão simples: cumprem os compromissos.
Uma segunda é com as bancadas temáticas. Também os acordos foram finalizados por Jair Bolsonaro com as lideranças, envolvendo - neste caso - a ocupação de Ministérios, como o da agricultura.
A terceira é mais complexa, pois abrange uma ampla negociação no varejo com pelo menos 300 deputados federais, liberados pelas lideranças partidárias. Essas vão declarar neutralidade e liberar os seus partidários para votar "segundo a sua consciência". 
Jair Bolsonaro sempre fez parte desse contingente do baixo clero e sabe como negociar com os colegas. Mas não tem designado ninguém para essa negociação. Supostamente, por atribuições do cargo, caberia ao General Santa Cruz, que não tem nenhuma experiência neste campo. A menos que seja para "enquadrar" os deputados.
Serão esses deputados enquadráveis?

(cont)



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