A causa inicial que leva as pessoas às ruas não é a mais importante, como processo político, embora seja definida pela mídia como a marca. Os movimentos de junho de 2013 começaram com um pequeno movimento de jovens contra o aumento de tarifas de transporte público. Movimento que ocorre sempre que há aumento das tarifas e morre, logo em seguida por falta de adesão dos demais segmentos da sociedade. Em 2013 ganhou adesão, impulsionada pela violenta e demasiada repressão da Polícia Militar.
Em maio de 2018, os caminhoneiros iniciaram um movimento que parou o país: porque teve uma adesão maciça da sociedade, até essa perceber que a greve era contra ela.
Agora estudantes, professores e funcionários das Universidades Federais iniciaram uma mobilização nas ruas na defesa dos seus salários e verbas para pesquisa. A argumentação é sempre mais ampla, para obter o apoio de outros segmentos da população.
Conseguiram e as mobilizações foram muito mais amplas do que dos diretamente atingidos pelos cortes das verbas públicas na educação.
Não alcançaram as mobilizações de 2013, 2016 e 2018, mas indicariam um alto nível de insatisfação pública com o Governo.
A insatisfação pode crescer e não mais pelos cortes de verbas na educação, mas pelo "conjunto da obra" o que coloca em risco a continuidade do Governo Bolsonaro. Tanto Collor como Dilma foram defenestrado impulsionado pelos movimentos de rua.
Os bolsonaristas minimizam o apoio popular, mostrando que seria do PT e dos movimentos "Lula Livre". Sem dúvida esses engrossaram as manifestações, como em 2016, os grupos pó golpe militar somaram à turba. E não faltaram os "black blocs". Os aproveitadores e oportunistas sempre aparecerão, mas sempre como marginais (em todos os sentidos).
O "louco" do Carlos Bolsonaro percebeu a conspiração em que o pai quase foi alcançado, contida tanto pelo Ministro da Educação, como da Casa Civil. Que desobedeceram as suas ordens.
Para conter a reação popular e perda de popularidade Jair Bolsonaro mandou suspender os cortes. Sem os contingenciamentos as Universidades ficarão sem algumas verbas para dar continuidade às suas atividades. Para garantir a continuidade Jair Bolsonaro mandará - dentro da sua visão autoritária, a mesma de Dilma Rousseff - suplementar as verbas: "por que eu quero", "porque eu sou o Presidente e mando". Só que irá ou poderá incorrer em crime de responsabilidade fiscal, como ocorreu com Dilma Rousseff. E em conflito com Rodrigo Maia, esse não irá segurar a abertura do processo de impeachment.
"Aberta a porteira" a boiada irá sair "desembestada" e Jair Bolsonaro não termina o ano como Presidente da República.
"Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come".
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