A par da estratégia bem sucedida de Bolsonaro, a estratégia de Lula foi mal sucedida.
Partindo de uma posição de liderança nas prévias eleitorais, mesmo depois de preso, Lula achou que Bolsonaro seria o inimigo preferencial e que, mais uma vez, o PT sozinho seria capaz de derrotar os adversários. Mas aquele diametralmente oposto seria o melhor adversário a ser derrotado.
Barrou a alternativa Ciro Gomes, na esperança de ser ele, Lula, o candidato do PT.
Ao longo da campanha do primeiro turno, mandou o PT preservar Bolsonaro, para evitar mais um embate com os tucanos.
Talvez por ter ficado preso e seus áulicos dizendo que estava tudo "nos conformes", não percebeu a aceitação por grande parte do eleitorado, da versão de que toda culpa pela má situação do Brasil, era culpa da roubalheira do PT, desencadeada pela campanha de Bolsonaro. E a associação da situação da Venezuela ao petismo.
A versão de colocar a culpa da precária situação do Brasil, ao "golpe" de Temer derrubando Dilma, foi desconsiderada pelos descontentes e indignados. Eles pularam o capítulo anterior e a versão de que a culpa foi do governo foi transferido para o capítulo precedente: o de Dilma e aos anteriores a ela. Isso é aos Governos do PT.
Além disso, a estratégia do inimigo foi associar à Venezuela ao PT: "é hoje o que será o Brasil amanhã, com a volta do PT ao poder". Antes que o PT criasse e difundisse a versão de que mais semelhante a Chavez, era Bolsonaro e não o PT. E que o risco de uma ditadura seria mais provável com Bolsonaro do que com o candidato do PT.
A principal razão do insucesso foi a demora de decisão de Lula, a par da sua não percepção do que ocorria no Brasil, fora da prisão física. Ele seria o único capaz de sair da prisão conceitual ou intelectual que todos os seus companheiros, embora livres fisicamente, não conseguiam e ainda não conseguem se livrar.
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