A principal afinidade política da maioria dos congressistas eleitos para o período 2019-2023 com o Governo Bolsonaro é, como já colocado aqui, o anti-petismo.
O petismo se tornou uma "ideia fixa", facilmente identificável, o que determinará a reação da "nova situação".
Dentro do Congresso é numericamente fraca, apesar de ter obtido a eleição da maior bancada partidária na Câmara dos Deputados. 56 deputados federais é pouco mais que 10% do total. Só tem condições de formar um bloco com a adesão do PSOL e do PCdoB, com participações insignificantes.
Tem, na prática, apenas duas armas: uma é ser barulhenta, dando idéia de ser maior do que é na realidade, com grande apoio da mídia tradicional, que lhe dá cobertura privilegiada. Outra é manter o fantasma Lula, ameaçando um retorno glorioso, com a retomada do poder. Esse fantasma é alimentado pelo próprio Governo Bolsonaro, para ter e manter o apoio no Congresso: se fracassarmos, "ele voltará".
Se o PT ficar isolado, como se prevê, e Lula mantido preso, Bolsonaro e sua turma terão que inventar outro inimigo imaginário para tentar alcançar e manter uma união de forças.
Não basta que sejam inimigos do Governo. Precisam ser caracterizados como inimigos da nação. E que os aliados os aceitem como tal.
(cont)
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