Antes do final de semana Jair Bolsonaro deu mais um passo em direção ao cenário "Jânio ou Dilma".
Ao endossar o texto de um adepto que conseguiu expressar a visão real de Bolsonaro, ampliou o confronto e a indisposição do Congresso, contra ele.
Ele não consegue governar como gostaria e vê no Congresso, no STF e outras organizações os seus inimigos que não o deixam fazer o que ele acha que precisa fazer, para o bem do Brasil.
O que é fato: essas instituições não o deixam fazer o que ele arbitrariamente quer fazer, em função das ilegalidades ou por não concordarem com o que ele acha que é bom para o Brasil.
A sua alternativa é autoritária: fechar o Congresso e o STF e governar como um monarca absolutista. Ai, no seu entendimento, o Brasil seria governável.
Esse entendimento é apoiado pelos seus áulicos radicais, mas rejeitado pela maioria da população.
O Congresso a esta altura só está esperando um escorregão de Bolsonaro para iniciar e dar sequência a um processo de impeachment. E para isso está colocando sucessivas cascas de banana.
Ele quase caiu numa, mas salvou se pela desobediência dos seus Ministros. Ele efetivamente mandou sustar os cortes na educação e ordenou que o Ministro da Educação comunicasse essa decisão na sua audiência na Câmara. E o fez por telefone, na frente de vários deputados do PFL.
Ele mesmo, logo depois, reverteu a decisão, ao ser alertado que era uma armadilha para ele incorrer em crime de responsabilidade fiscal, que daria margem para iniciar o processo de impeachment.
Sem os cortes o Governo não pode cumprir as metas de superávit primário. No caso, déficit primário. Sem isso não pode emitir créditos suplementares por decreto, sem a autorização específica do Congresso. Se o fizer incorre em crime de responsabilidade fiscal. Foi o motivo técnico adotado para o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Um pequeno detalhe técnico, mas de grande repercussão politica.
Fez com que os deputados do PFL que presenciaram o telefonema presidencial e difundiram a decisão na Câmara, passassem por mentirosos, perante os seus colegas. Mais um desgaste desnecessário, decorrente da sua impetuosidade e falta de conhecimento e experiência para o exercício presidencial.
Não há como evitar ou cercear esses atos impetuosos: "Eu sou o Presidente eleito por 58 milhões de votos e ninguém vai ficar me dizendo o que devo fazer ou não fazer ou dizer, p...."
(cont)
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