A "prensa" em Bolsonaro em Davos

Para a comunidade dos "mais ricos conscientes" que se reúne anualmente, em janeiro, em Davos, sob comando de Klaus Schwab, Jair Bolsonaro era uma curiosidade e uma ameaça. 
A sua irrestrita admiração a Donald Trump, suas declarações anti-ambientalistas e anti politicamente correto, soavam como ameça aos mega ricos que se declaram politicamente correto, enquanto sugam a maior parte da riqueza mundial e geram um quadro de imensa desigualdade social.
Mas para eles, a principal ameaça estava nos propósitos do Brasil em abandonar o Acordo Climático, o de Paris. 
Os trilionários dos países desenvolvidos que financiaram o amplo desmatamento dos seus países, querem agora que o Brasil preserve a Amazônia, vista como o "pulmão do mundo".
O Governo Brasileiro quer que eles invistam no Brasil, mas eles não querem se sentir responsabilizados pelo "colapso ambiental da Terra". Não vão investir para serem acusados de ampliar o desmatamento no Brasil. 
Querem e vão continuar ganhando muito dinheiro, a custas dos outros, mas não querem ser questionados pelos filhos e netos, por legar a eles uma terra pior do que viveram e vivem. Tem muitas opções de investimentos em outros lugares no mundo. E também tem sempre alguns que não estão "dando a mínima", para a questão ambiental.
O foco imaginário ou real que vai pesar sobre as suas consciências - embora isso não seja explicitado - é que tem que preservar o "pulmão do mundo".
Klaus Schwab armou o palco, com audiência mundial, para questionar Jair Bolsonaro sobre a permanência do Brasil no Acordo do Clima. Tudo o mais que ele dissesse, seria pouco relevante para aquele público. 
Percebendo isso, Bolsonaro foi sucinto, não levando mais de 6 minutos. Schwab colocou - de imediato - a questão crucial e Bolsonaro responde - ainda que sem absoluta convicção e com a ressalva, do por enquanto - de que o Brasil se manteria no Acordo de Paris. Obtida a resposta favorável, não havia mais nada de importante a indagar e a sessão foi encerrada, logo a seguir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...