A ampliação do conhecimento do eleitor do despachante, estendendo a sua visão de mundo, pode levá-lo a mudar o se voto, ou incorporar essa extensão, como mera curiosidade, sem afetar o seu voto.
Como a extensão da visão de mundo pode afetar efetivamente o voto do eleitor? Aqui trabalhamos sempre com a perspectiva do eleito que vota no despachante.
O que pode fazer com que o eleitor deixe de votar num despachante para votar em outro candidato.
Um ponto que cabe maior reflexão e discussão é o da religião, sobre a estreiteza da visão de mundo. Disso trataremos mais adiante.
Há uma diferença relevante em relação ao voto para Presidente da República e deputado federal.
Teoricamente o voto em ambos deveria estar associado às suas propostas ou linha ideológica. Mas não é o que ocorre na prática.
O Presidente não é eleito como despachante. Mas o eleitor espera que ele, eleito, melhore a sua vida e do seu ambiente, seja da comunidade em que vive, como daqueles outros pelos quais se interessa, em função da ampliação do conhecimento. Um fenômeno social, nesse sentido, é o da ampliação do conhecimento sobre o meio ambiente natural e dos impactos da ação humana sobre o mesmo.
A principal distinção entre candidatos presidenciais é entre o populista e o programático. O populista é um "salvador da patria", com promessas de melhoria para todos, caracterizado como o país: o Brasil. Já nas eleições parlamentares, o populista é o pragmático, que promete resolver problemas mais específicos: as demandas da sua comunidade.
O populista pragmático que se propõe a ajudar a resolver os problemas da comunidade, pela ação pública, é também popular. Popularidade que se traduz na capacidade de obter o voto do eleitor. Essa popularidade do político faz com que ele se situe acima do partido. Ele não depende do partido. Mas o partido precisa dele, para angariar votos. É ele que escolhe o partido pelo qual quer se candidatar.
A degradação dos partidos políticos, com muitos partidos tornando-se "empresas" para ganhar participação nos fundos públicos, fez com que aqueles perdessem a capacidade de aglutinação de políticos com visões programáticas.
Nas eleições de 2014 já era visível a perda de participação dos grandes partidos programáticos, dando margem ao crescimento dos partidos pragmáticos, dando cobertura aos despachantes e capitalizando a presença deles.
A "velha política" se reorganizou, migrando dos grandes partidos para os partidos seminovos, organizados como captadores de fundos públicos.
As lideranças desses partidos não comandam programaticamente os seus partidários, a sua base. Essa, formada predominantemente por despachantes comunitários, quer o atendimento às reivindicações mais imediatas dos seus redutos eleitorais. Se essas não são atendidas se rebelam contra as lideranças. Farão e votarão contra as orientações das lideranças, para demostrar a sua independência e interesse em negociações diretas, sem a intermediação das lideranças.
(cont)
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