O eleitor vota num despachante de seus interesses comunitários ou corporativos.
Este é o principal achado de um estudo que desenvolvemos para entender como são eleitos os deputados federais, a partir das decisões dos eleitores.
Esse achado desmente uma das mais comuns interpretações sobre os interesses dos políticos: a de que ele só busca o seu interesse pessoal. O político que age assim, dificilmente será reeleito. Pode ser eleito pela primeira vez, porque os eleitores não percebem as suas intenções particulares que sempre são veladas ou escamoteadas.
O eleitor quer um político que defenda interesses coletivos e não individuais. E é essa coletividade que destina votos ao político e o elege. Por outro lado, sem os votos dessa coletividade, o político não é eleito, e não chega ao Congresso ou à Assembléia Legislativa, para defender os interesses, sejam os seus particulares, como os coletivos.
No Parlamento ele atua a favor dos interesses da coletividade que o elegeu, sem maior preocupação se esses coincidem ou não com os interesses nacionais. Em relação a esses, em muitas situações, negocia o seu voto para obter apoio às votações ou ações a favor da sua comunidade ou corporação.
Em teoria o político deveria defender interesses coletivos mais amplos que o do(s) seu(s) reduto(s) eleitoral(is), segundo visões ideológicas, ou concepções políticas. Esses deveriam ser a base dos partidos políticos. Seriam decorrentes de visões de mundo diferente sobre a humanidade, sobre a nação, caracterizando partidos nacionais. As visões menores, sobre os Estados, os Municípios ou sobre os setores econômicos ou atividades, estariam subordinadas às visões maiores.
Os interesses nacionais deveriam estar acima dos interesses coletivos da comunidade ou da corporação.
A questão crucial está em ampliar a visão de mundo do eleitor, para que ele deixe de ficar limitado ao seu "mundinho" onde e com quem vive.
(cont)
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