Bolsonaro vem crescendo nas pesquisas por um fato, pouco percebido pelos analistas: ele vem frequentando mais o noticiário policial do que o político.
O "povão" pouco acompanha o noticiário político, tampouco é alcançado pela rede social digital. Mesmo os que tem celular não acessam os aplicativos políticos ou eleitorais.
Com a utilização desse meio, Bolsonaro conseguiu formar uma base de apoio na classe média, que alcançou a elite, mas seguiu como um "desconhecido" pelo povão. A expectativa era de que sem tempo de rádio e televisão não alcançaria esse eleitorado.
Mas ao sofrer um atentado teve uma grande exposição nas paginas e espaços do noticiário policial. Daqueles jornais e páginas que quando se torce sai sangue. E dos programas de rádio e tv com relatos de violência.
Mesmo sem presença nas chamadas e horários políticos, cresceu nas pesquisas para o patamar de 28% onde ficou estacionado por alguns dias.
Os dois principais movimentos, convocados pelas redes sociais, "Ele não e Ele sim" podem ter tido alguma influência, mas não foram os mais importantes. Afetaram a opinião publicada, podem ter agregado parte da classe média baixa, mas com pouca repercussão na classe baixa.
O principal fator de alteração foi a exposição do candidato no rádio e na televisão em programas populares, acompanhados pela população de renda baixa, que só liga a televisão para três programas: novela da Globo, futebol e "polícia". Uma parte menor, mas de grande importância eleitoral, acompanha os programas evangélicos.
Com entrevista exclusiva em programa policial de grande audiência, teve visibilidade maior que todos os seus concorrentes. E com isso, subiu no cômputo geral das pesquisas em 4 pontos. Com eventual perda na classe média e alta, mais que compensada pelos ganhos na classe baixa.
Como esse crescimento decorreu de um evento não continuado, tende a se estabilizar, como ocorreu com o noticiário sobre o atentado.
Na faixa de 32%, mesmo considerando a margem de erro, não conseguiria vitória ainda no primeiro turno.
Ele precisará ter mais que os votos de todos os demais candidatos.
A possibilidade está no voto no "cavalo vencedor". Muitos eleitores, para não "perder o seu voto" votam em quem tem maior possibilidade de vencer". Mas como são dois os líderes da corrida, o voto vencedor poderá se dividir entre os dois. Apesar da campanha de Ciro, contra o candidato do PT, os seus eleitores que podem votar no cavalo vencedor, tenderão mais a favor de Haddad do que Bolsonaro. O mesmo poderá ocorrer com os eleitores de Marina. A maior possibilidade estaria entre os eleitores antipetistas de Alckmin. Mas aparentemente, esses todos já migraram para Bolsonaro. Os 8% dele são os eleitores fieis ou otimistas que não irão para o voto útil.
Já no segundo turno, a conversa é outra.
(cont)
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