Jair Bolsonaro sempre fez parte da velha política,mas esperto percebeu que o eleitorado estava cansado dela e queria algo novo ou diferente. De novo ele nada tinha, a menos da contestação a essa velha política. Optou por ser diferente e foi bem sucedido: foi eleito Presidente da República.
Empossado, mantém se na "trincheira" buscando novos "inimigos".
O elemento principal da política que ele aprendeu, talvez com Olavo de Carvalho, é que para manter a coesão interna é preciso ter um inimigo externo semi-visível. Se esse não existe, deve ser inventado.
Embora uma das estratégias militares, Jair Bolsonaro não chegou à patente para o seu estudo.
Baseado nas manifestações da sua turma, na rede social, elegeu a "velha politica", como a sua inimiga numero um.
Entende, junto com seus áulicos, que venceu as eleições com o apoio do povo, contra a velha política.
E que como vencedor deve submeter os derrotados aos seus desígnios. E se a velha política resistir nessa submissão, ele acionará o povo que o elegeu, para pressioná-la a aceitar a derrota e a submissão.
Mas a velha política também foi eleita pelo povo. Com tantos ou mais votos que Bolsonaro, somando o conjunto de votos conquistados pelos "despachantes". Tanto das comunidades como das corporações.
Bolsonaro precisa prestar contas aos seus eleitores. Os despachantes, os parlamentares também. Tanto um quanto os outros são populistas. Populista é tipico da velha política.
A velha política teve uma cúpula que aproveitou as circunstâncias para se locupletar partidária e pessoalmente, mediante mecanismos de corrupção o que levou à associação entre a velha política e a "propina".
Essa cúpula corrupta da velha política foi, em grande parte, dizimada pelos eleitores que não lhe deram os votos para serem reeleitos.
Mas os despachantes foram reeleitos. Ou alguns não reeleitos, mas substituídos por outros despachantes. Esses continuam sendo maioria da Câmara Federal e aprovarão a Reforma da Previdência que os seus eleitores querem ou aceitam e não a Nova Previdência que o Governo quer, em nome do Brasil, mas na realidade, em nome do mercado.
O mercado tem força econômica, mas não tem força política.
O populismo dos despachantes é rasteiro e de âmbito restrito. O do Presidente Bolsonaro pretende ser mais amplo, mas - ao final - envolvem o mesmo eleitorado. Ambos precisam atender aos mesmos eleitores, mas quando há divergência, tende a prevalecer o conjunto dos interesses mais restritos.
A briga dele com a velha politica é para se manter em evidência.
Continua precisando dela para aprovar a Nova Previdência.
(cont)
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