O principal feito, de satisfação pessoal, foi ter conseguido montar um Ministério, sem fazer o loteamento com os partidos políticos, formado:
- por dois Superministros, aos quais deu carta branca para a sua organização e condução das respectiva política setoriais: a econômica e de combate à criminalidade;
- pelo restante da organização do Governo Federal atribuído ao comando de militares da "sua turma".
No entanto, quatro áreas escaparam do comando militar em função das escolhas pessoais do Presidente, ou de pressões de grupos de apoio:
- dois Ministros civis, dentro do núcleo duro do Palácio do Planalto: Gustavo Bebianno e Onyx Lorenzoni;
- dois Ministros, afinados com a sua visão de mundo, indicados pelo seu filho Eduardo, sob inspiração de Olavo de Carvalho, o mentor intelectual e ideológico do clã Bolsonaro;
- O Ministério do Meio Ambiente e o da Mulher e;
- o Ministério da Agricultura e Pecuária, com independência maior, dominada pela bancada ruralista.
Bebianno acabou defenestrado por ação promovida por Carlos Bolsonaro, filho do Presidente. Onyx está se auto-enfraquecendo, e o núcleo duro fica inteiramente dominado pela ala militar.
A ala militar busca conter os arroubos ideológicos na área da educação e relações exteriores.
No primeiro, pela indicação de cargos o que deu origem à crises internas, com uma sucessão de trocas, que seguirão ao longo do ano, com prejuizo da ação do Ministério, culminando com a saída do Ministro por incompetência e ineficiência, enfraquecimento da área ideológica e fortalecimento da área militar.
Já na área das relações externas, a ala militar seguirá tolerando a permanência do atual Ministro, mas com as decisões cruciais da política externa, efetivamente comandada pela ala militar. O Vice-Presidente assume a representação efetiva do Brasil, nas reuniões das cúpulas internacionais.
As áreas de Meio Ambiente e da Mulher seguirão criando fatos de reações emocionais, mas de pouca efetividade e geradoras de desvios de questões mais relevantes. Qualquer tentativa de ação mais efetiva, passará pelo crivo da ala militar.
A expansão da produção agropecuária e das suas exportações dará suporte à atuação mais independente da Ministra, com a manutenção de políticas de apoio estatal, tendo como contrapartida o apoio da bancada ruralista às reformas econômicas, exceto em pontos específicos que afetam o setor.
A instabilidade do Governo decorre da interferência pessoal do Presidente em questões específicas dos Superministérios, sem grande impacto efetivo, mas difundido pela mídia tradicional como retirada da "carta branca", dada àqueles.
Irá ainda interferir direta e pontualmente nos confrontos entre a ala militar e as áreas ainda fora do controle desse, para "apagar o fogo", mas, ao final, fortalecendo a área militar, em detrimentos da ideológica radical. A suposta influência de Olavo de Carvalho será gradualmente eliminada, não sem gerar crises localizadas, amplificadas pela mídia tradicional.
Com altos e baixos, sucessivas negociações, com apelo ao "troca-troca", ainda que disfarçado, o Governo consegue a aprovação de uma Reforma da Previdência, ainda que com muitas concessões.
O Governo consegue resultados positivos em programas de privatização e desestatização, melhorando a sua imagem, no meio à sucessão de fatos negativos, explorados pela mídia tradicional.
A batalha da comunicação dominará este cenário, perante a opinião pública.
Jair Bolsonaro e seus filhos seguirão firmemente na crença de que a mídia digital alcança toda a opinião pública e é mais ampla e significativa que a opinião publicada, dominada pela grande mídia tradicional.
Mantém apoio majoritário dentro da mídia digital, o que leva à sensação de grande aceitação popular e que é vitima de perseguição da mídia tradicional, por conta do confronto com ela.
Grande parte dos políticos adere à midia digital, para o relacionamento com o seu eleitorado e passa a se orientar mais por essa do que pela mídia tradicional.
Formam-se dois mundos com visões divergentes: de um lado a mídia tradicional, com predominância de notícias negativas do Governo e com críticas desfavoráveis dos colunistas e analistas. De outro a mídia alternativa, com grandes embates verbais, mas quantitativamente com mais manifestações positivas que negativas. O que é contestado pelos oponentes pelo eventual e suposto uso de robôs de difusão.
Apesar de crises pontuais, entremeadas por alguns fatos positivos, o Governo Bolsonaro termina o ano de 2019, com apoio popular favorável, medido por pesquisas de opinião, amplas.
(cont)
No primeiro, pela indicação de cargos o que deu origem à crises internas, com uma sucessão de trocas, que seguirão ao longo do ano, com prejuizo da ação do Ministério, culminando com a saída do Ministro por incompetência e ineficiência, enfraquecimento da área ideológica e fortalecimento da área militar.
Já na área das relações externas, a ala militar seguirá tolerando a permanência do atual Ministro, mas com as decisões cruciais da política externa, efetivamente comandada pela ala militar. O Vice-Presidente assume a representação efetiva do Brasil, nas reuniões das cúpulas internacionais.
As áreas de Meio Ambiente e da Mulher seguirão criando fatos de reações emocionais, mas de pouca efetividade e geradoras de desvios de questões mais relevantes. Qualquer tentativa de ação mais efetiva, passará pelo crivo da ala militar.
A expansão da produção agropecuária e das suas exportações dará suporte à atuação mais independente da Ministra, com a manutenção de políticas de apoio estatal, tendo como contrapartida o apoio da bancada ruralista às reformas econômicas, exceto em pontos específicos que afetam o setor.
A instabilidade do Governo decorre da interferência pessoal do Presidente em questões específicas dos Superministérios, sem grande impacto efetivo, mas difundido pela mídia tradicional como retirada da "carta branca", dada àqueles.
Irá ainda interferir direta e pontualmente nos confrontos entre a ala militar e as áreas ainda fora do controle desse, para "apagar o fogo", mas, ao final, fortalecendo a área militar, em detrimentos da ideológica radical. A suposta influência de Olavo de Carvalho será gradualmente eliminada, não sem gerar crises localizadas, amplificadas pela mídia tradicional.
Com altos e baixos, sucessivas negociações, com apelo ao "troca-troca", ainda que disfarçado, o Governo consegue a aprovação de uma Reforma da Previdência, ainda que com muitas concessões.
O Governo consegue resultados positivos em programas de privatização e desestatização, melhorando a sua imagem, no meio à sucessão de fatos negativos, explorados pela mídia tradicional.
A batalha da comunicação dominará este cenário, perante a opinião pública.
Jair Bolsonaro e seus filhos seguirão firmemente na crença de que a mídia digital alcança toda a opinião pública e é mais ampla e significativa que a opinião publicada, dominada pela grande mídia tradicional.
Mantém apoio majoritário dentro da mídia digital, o que leva à sensação de grande aceitação popular e que é vitima de perseguição da mídia tradicional, por conta do confronto com ela.
Grande parte dos políticos adere à midia digital, para o relacionamento com o seu eleitorado e passa a se orientar mais por essa do que pela mídia tradicional.
Formam-se dois mundos com visões divergentes: de um lado a mídia tradicional, com predominância de notícias negativas do Governo e com críticas desfavoráveis dos colunistas e analistas. De outro a mídia alternativa, com grandes embates verbais, mas quantitativamente com mais manifestações positivas que negativas. O que é contestado pelos oponentes pelo eventual e suposto uso de robôs de difusão.
Apesar de crises pontuais, entremeadas por alguns fatos positivos, o Governo Bolsonaro termina o ano de 2019, com apoio popular favorável, medido por pesquisas de opinião, amplas.
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