Tentaremos uma fase analítica, com os desdobramentos ano a ano, para depois consolidar nas perspectivas do quadriênio 2019-2022.
2020 envolve perspectivas de mudanças políticas, tanto no campo interno, como externo, mas que só terão maior impacto em 2021.
No campo interno, haverá em outubro eleições municipais, mas o período da movimentação eleitoral, poderá ser iniciado já em abril, com a pressão dos deputados federais, despachantes, em fortalecer as suas bases eleitorais.
No campo externo, as eleições norte-americanas irão afetar a política externa brasileira, com impacto sobre o comércio exterior.
2020 partirá dos impactos dos cenários 2019, caracterizados como:
- lua de mel continuada;
- ciclotímico;
- fracasso e frustração.
O primeiro diz que o Governo conseguiu aprovar dentro do Congresso todas as reformas econômicas que encaminhou, baseado no apoio generalizado dos parlamentares, independentemente das articulações partidárias ou com as bancadas, por adesismo individual: seja por interesses, como por oportunismo ou por medo. Alguns, aparentemente poucos, darão apoio irrestrito ao Governo, por afinidade ideológica.
Independentemente das motivações pessoais dos parlamentares, com a aprovação das medidas econômicas, incluindo a reforma previdenciária, a economia volta a uma espiral ascendente, com aumento da produção e investimentos no aumento da capacidade industrial e de serviços.
A intensidade e velocidade da retomada dependerá de dois fatores críticos: a política externa e a geração de empregos.
Na hipótese de uma política externa de alinhamento amplo e irrestrito à norte-americana, não só haverá uma restrição às exportações brasileiras, principalmente do agronegócio seja para a China, como para outros países asiáticos e ainda para países muçulmanos fora da Ásia. Os impactos não se limitarão aos paises árabes, mas os asiáticos muçulmanos, com os quais o Brasil vinha tentando maior aproximação comercial.
O outro impacto negativo será sobre os investimentos estrangeiros no Brasil, uma vez que subirá o "risco Brasil", tanto da dimensão econômica como na política.
O alinhamento ao trumpismo, poderia ser favorável ao investimento norte-americano, mas aquele, exatamente, busca favorecer a manutenção dos investimentos nos próprios EUA. Além disso as políticas do FED, o Banco Central norte-americano, tornam os investimentos mundiais nos EUA mais favoráveis do que em paises emergentes.
Essa alternativa radical geraria novamente um movimento "stop and go" da economia brasileira, com a interrupção da retomada do crescimento. Ou em termos nacionais, seria mais um "voo de galinha".
A outra vertente é que a equipe econômica, associada aos agentes econômicos privados consigam brecar o radicalismo trumpista da política externa, mantendo, com isso, o alto volume de transações com a China, até mesmo substituindo parcialmente, as exportações norte-americanas para aquele país. Haveria também a continuidade das exportações para os paises árabes, podendo se estender para todo o continente africano e a expansão das exportações para o sudeste asiático.
Com a política de abertura econômica, a agroindústria ampliaria as suas exportações, com produtos de maior valor agregado.
A expansão econômica continuaria crescendo em 2020 e com ela o Governo manteria a popularidade.
No campo externo há ainda dois fatores que podem afetar - profundamente - os cenários brasileiros: a possibilidade de uma nova grande crise do mercado financeiro internacional e uma generalização do comércio internacional, como decorrência da guerra comercial
O outro fator crítico é a geração de empregos.
(cont)
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