Cenários da resistência (2)

A estratégia do PT de uma oposição radical, em torno da resistência a supostos ataques do Governo Bolsonaro, poderá não ser nacional, em função dos governos petistas ou associados ao PT no Nordeste.
No cenário "lua de mel prolongada", a partir de uma adesão generalizada, o Governo Bolsonaro terá que articular apoios, dentro do Congresso e, para isso, adotará uma política republicana, em relação aos Governos Estaduais, que serão geridos por esquerdistas. Isso é, uma política não discriminatória contra esses governos estaduais. 
Com isso evitará que a esquerda moderada, que se associou ao PT na eleição de vários dos Governadores, como no Ceará, Pernambuco e outros, se juntem ao PT, para uma oposição radical e sem tréguas. Essa esquerda moderada, considerando apenas um núcleo central de PDT e PSB, reuniria 50 deputados federais. 
Já no cenário "ciclotimico" a ala radical do bolsonarismo, disposta a eliminar "de vez" o petismo pressionaria para uma política discriminatória, contra os governantes petistas e associados. 
O cenário "fracasso e frustração" tem por base, a prevalência do voluntarismo da ala radical do bolsonarismo, numa cruzada total anti-petista. Provocaria uma reação contrária muito intensa, das outras forças, com rejeição de várias proposições do Governo no Congresso. 

No cenário "lua de mel continuada", a esquerda radical não terá força real, restando apenas discursos estridentes dentro do Congresso. No cenário ciclotimico essa esquerda radical adotará a tradicional estratégia "quanto pior melhor", com alguns ganhos e mais perdas. No cenário "fracasso e frustração" a oposição radical será mais difícil, uma vez que não adiantará apenas ser do contra. Precisará ser propositivo para ser o desaguadouro da frustração e da insatisfação. Essa circunstância levará a uma reação dos bolsonaristas para evitar a revitalização do PT, seu principal inimigo.

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