O terceiro mês do Governo começou com o Carnaval, a grande festa popular, cada vez agregando mais pessoas nas ruas e justificando a paralisação das atividades legislativas.
Dentro do contexto de manifestações espontâneas e de mera diversão ocorrem manifestações políticas, algumas previamente organizadas, tanto de louvou ao Governo, como de crítica. A grande mídia, enfatiza mais a critica. Apesar dos prolongamentos dos festejos, aquelas se diluem a partir da quarta-feira de cinzas e se perdem na quaresma.
Uma circunstância marginal não espontânea foi transformada em um grande fato, em função da reação desproporcional do Presidente, reverberada pela mídia, tanto a digital como a tradicional.
O episódio tem importância para o desenho dos cenários futuros, uma vez que Bolsonaro mostrou "capacidade" de transformar qualquer evento que contrarie os seus princípios e valores, em grande atração pública momentânea, capaz de desviar a atenção para outras questões.
Estará sendo constantemente usado, seja por reações intempestivas do Presidente, como por reações planejadas e montadas. A do Carnaval estaria no primeiro caso. Já a subsequente de ataque à mídia, a partir de uma orquestração de "fake news" seria do segundo.
Prestes a completar um ano do assassinato da então pouco conhecida vereadora Marielle Franco, transformada politicamente, pelo campo da esquerda, na maior falha dos Governos conservadores (Temer e Bolsonaro), com indícios de acobertamento, a policia do Rio de Janeiro foi obrigada a trazer a público, as suas investigações e prender os dois suspeitos de praticar o crime. Mas não consegue encerrar o caso. A opinião pública quer saber quem foram os mandantes, se que os há. Há muito indícios que sim.
O fato é que o único evento de grande repercussão pública que a oposição tem para fustigar o Governo é o caso Marielle Franco. O que provocará desdobramentos.
Antes do término da quinzena, mais uma tragédia abalou o pais, trazendo à tona, uma grande controvérsia: o armamento da população.
Um jovem, adepto dos "games" de ataque, com desejo de vingança, atraindo um seguidor, maior de idade, se mune de todas as armas, como nos games, sai com propósito de matar o tio e, provavelmente, a coordenadora psicológica da escola que frequentou. As razões vão ser esclarecidas. No caminho mataram e feriram vários alunos.
A difusão dos jogos, a atração deles e a influência sobre o comportamento real dos jogadores ampliou os riscos de ações criminosas, de vitimas coletivas, por desvios psicológicos.
As reações são controversas: de um lado os que defendem o armamento dos professores, que poderiam ter reagido "a bala", matado os agressores e evitado a chacina.
De outro os que defendem o desarmamento para evitar que esses jovens transtornados se transformem em assassinos de massas.
Quaisquer que sejam as medidas governamentais a respeito, a tendência é de repetição de novos ataques.
(cont)
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