A indicação oficial pelo PT, da candidatura Fernando Haddad, configura o fracasso definitivo da estratégia Lula, de receber os votos da população, com a sua foto na urna, mesmo que não pudesse vir a assumir.
O fantasma Lula, alcançando cerca de 40% da preferência dos eleitores, nas prévias eleitorais, alavancou a candidatura Bolsonaro, percebido pelos anti-petistas como o único que poderia derrotar o "sapo barbudo". Grande parte do voto útil, do voto anti-pt migrou a favor do ex-capitão somando-se aos votos dos seus adeptos fieis.
Por outro lado, grande parte dos votos lulistas ou petistas migrou a favor de Ciro Gomes. Pouco ou nada foi transferido para Marina, o que é reflexo do clima de beligerância gerada por Bolsonaro e agora respondida pelo PT. Os "anti" estão preferindo o combatente e não o pacifista.
Sem a presença da Lula como candidato cairá em muito o clima de beligerância, uma vez que Haddad por mais que se esforce não é de briga. Ele é de paz, mas sofrerá a pressão dos radicais que querem a guerra. Esses acham que somente pela guerra poderão derrotar Bolsonaro. O que tem, como contrapartida, a beligerância dos "brucutus" de Bolsonaro. As eleições poderão ocorrer nesse clima de guerra e nesse caso o segundo turno seria entre Ciro e Bolsonaro. Ou poderia caminhar para a convergência da paz. No limite, o segundo turno seria entre Alckmin e Marina. Mas o mais provável será um beligerante contra um pacifista. O que deixa as probabilidades entre 5 candidatos.
Bolsonaro é o mais provável candidato a estar no segundo turno e Haddad o menos provável.
Se o Andrade não conseguir os votos lulistas no Nordeste - o que é pouco provável - não chegará ao segundo turno.
A incógnita de momento é se Bolsonaro conseguirá segurar os votos úteis anti-pt ou os perderá, sem a presença forte de Lula? Ou se os votos úteis são anti-pt ou anti-esquerda. Nesse caso para esses eleitores, ainda permanece a ameaça Ciro.
(cont)
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