Emergindo na crista de uma grande onda, mas com pouco preparo para Governar, dois ilustres técnicos, vislumbraram a possibilidade de governar o país, nos temas da sua área, mesmo sem contar com um voto sequer.
Paulo Guedes quer governar a economia brasileira, Sérgio Moro quer governar o combate à corrupção. Ambos tem conhecimento técnico, tem ideais, vontade, mas são pouco afeitos à dinâmica política. Perceberam a força eleitoral de Bolsonaro, mas a sua fraqueza técnica e se posicionaram para assumir o poder, na cola da popularidade do ex-capitão.
Paulo Guedes assumiu, logo, para acalmar o mercado e obter a adesão desse ao candidato. E deu o tom das propostas de campanha. Não é demissível, por qualquer divergência.
No caso de Moro foi diferente. Bolsonaro "se pendurou" na popularidade do Juiz, reconhecido, pela maior parte da sociedade, como a principal figura no combate à corrupção. Por estratégia política, buscou-se não embaralhar eleição, com ações judiciais, ainda que na prática, ocorressem. Assim que foi confirmada a eleição, Bolsonaro chamou Sérgio Moro, para assumir o Ministério da Justiça. Não foi ele quem aderiu a Bolsonaro. Foi esse que aderiu ao Moro. Apesar da formalidade institucional, Moro está acima de Bolsonaro. Não é demissível "ad nutum". Só se o ainda Juiz fizer muita besteira e perder credibilidade pública junto aos não petistas.
Com dois Ministros civis, superfortes, a ele só restará trabalhar politicamente para que eles possam exercer plenamente os seus cargos. Não será o comandante, mas o viabilizador, o apoiador. O que atualmente, os gurus de gestão empresarial, recomendam para os líderes.
A coisa agora está mais grave, com a indicação dos Ministros Militares. Embora institucionalmente o Presidente da República seja o chefe-mor das Forças Armadas, de tal forma que os generais tenham que bater continência a Bolsonaro, ele não terá comando sobre os mesmos.
Nesse sentido, está em curso, um golpe militar democrático. A elite do Exército - em grande parte formada por generais da reserva - está assumindo o poder civil.
(cont)
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