E as grandes mudanças?

Jair Bolsonaro foi eleito pelas suas promessas e expectativa popular de grandes mudanças. Encerrar de vez a "velha política" e construir um Novo Brasil.
Cumpriu a promessa de não organizar o Ministério com base no troca-troca com as direções partidárias. 
Sem concessões aos partidos não consegue formar uma base aliada e ainda tenta uma negociação programática, sem garantia de apoio para a aprovação da Reforma da Previdência, dos seus projetos de lei e medidas provisórias. Tampouco tem conseguido barrar as "pautas bombas". 
A grande mudança política foi adotada, mas não está sendo sustentada. 

E as outras grandes mudanças?
Nos costumes mudou o discurso predominante na sociedade. O politicamente correto deixou de ser predominante. Mas nada além dos discursos ofensivos contra as minorias. 
A criminalização (ou não) da homofobia, entrou em discussão no plenário do STF em fevereiro, mas foi mais uma vez suspensa, após 4 votos favoráveis à criminalização. 
Fora as manifestações esdrúxulas da Ministra Damares, que só tem o objetivo de desviar a atenção das questões maiores, não há nenhuma medida concreta do Governo em estabelecer ou consolidar um novo quadro institucional com novos valores.

Avançou, dentro do prometido, com a flexibilização da posse de armas, cujos resultados efetivos ainda não são visíveis. A chacina numa escola pública em Santo André, São Paulo, não tem relação direta com aquela flexibilização. A sensação de insegurança não diminuiu. 

Mudanças no combate à criminalidade do Governo de São Paulo, tem resultado em atos concretos, como a transferência dos líderes das facções criminosas, relacionadas ao tráfico de drogas e a frustração de assalto a banco, com a morte de mais de 10 criminosos. O primeiro ocorreu sem que houvesse retaliação imediata das facções, indicando que foram, pelo menos de momento, desmanteladas. A segunda é que a policia emboscou a quadrilha, a partir dos serviços de inteligência que detectou previamente o assalto e "atirou primeiro e para matar". 
A prevalência da doutrina do "primeiro tiro letal" muda substancialmente a prevalência dos direitos humanos, sobre a eliminação sumária de supostos criminosos. 
Efetivamente é uma grande mudança, ainda que altamente polêmica e discutível, em termos de melhoria de vida dos brasileiros: mudança para melhor ou para pior? Não há consenso. 
Na economia, nada mudou. Quando muito mudaram as expectativas para pior. 

(cont)





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