É burrice ou visão de mundo curta?

Uma amiga me disse ontem: brasileiro é burro. Elege cada coisa!
Contestei. Não é "burrice". É visão de mundo curta. Até porque tem muita gente, com formação superior, até títulos de doutor e tem visão de mundo curta: ficam na sua "torre de cristal" e ficam limitados à sua biblioteca, sem conhecer o mundo real.
As pessoas formam a sua visão de mundo pelo ambiente em que vivem e pelo conhecimento. 
Nas comunidades mais pobres, a visão sobre os políticos é que eles devem ajudar a resolver os problemas mais imediatos que vivem. A concepção é de que o Estado deve prover tudo o que é básico para a vida delas, principalmente em relação à saúde, as condições de moradia e a segurança. Como esse suprimento não é automático, em função da limitação dos recursos públicos (fora os desvios), ele delega a um político o papel de conseguir trazer para a comunidade os serviços públicos que considera essencial para eles, assim como o apoio para ter acesso mais rápido aos serviços. Para esse eleitor, o político é visto como um "despachante" dos interesses comunitários. 
Isso faz com que a maioria dos deputados federais seja eleita como despachantes de eleitores, com visão de mundo curta, interessada apenas na resolução de problemas imediatos, concretos e objetivos.
Nas eleições majoritárias podem prevalecer idéias. Nas eleições para o Congresso, os "interesses fisiológicos dos eleitores" prevalecem.
As visões de mundo restritas, levam a escolhas supostamente corretas, mas que as enfrentar uma realidade mais amplas se mostram equivocadas.


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