Ninguém se elege ou deixa de se eleger. Todos são eleitos ou não eleitos.
O eleitor vota num "despachante" dos interesses comunitários ou corporativos. Não em um representante do seu pensamento. Isso porque a sua visão de mundo é curta, limitada ao ambiente em que vive e convive: até onde a vista alcança.
São os principais achados de uma pesquisa amostral sobre a origem territorial dos votos dos deputados federais eleitos em 2014.
Descritos, passam a ser grandes obviedades. Todo mundo sabia, mas poucos colocaram isso num livro.
E dai? O que isso muda o Brasil? Nada, ou quase nada.
O "Brasil" vai continuar caminhando, iludido e, volta e meia, surpreendido pela sua realidade. Quando ela vem efetivamente à tona. Como agora com a aprovação pelo Senado do aumento dos proventos do Judiciário.
Mas como? E o interesse nacional? Quem foram os Senadores que votaram a favor? Com que objetivo? Agradar o Judiciário, para se safar dos processos e penalidades pelos seus "malfeitos"? Provavelmente sim.
Sem dúvida esses Senadores atuaram como despachantes de interesses corporativos. A visão corporativa do corpo judiciário brasileiro, para a qual não foi aumento, foi reposição: absolutamente justa: "injusto seria ficar sem a reposição de perdas causadas por esse inflação gerada por "esses" economistas, que dão respaldo aos banqueiros, mantendo os juros mais altos do planeta. Eles só ganham com a inflação e querem que nos arquemos com as perdas? Data vênia, devem se dirigir àquele local impublicável. Ou se dar à prática de ato obsceno".
Por outro lado, os economistas e outros tem uma obsessão e a sua visão de mundo está limitada ao déficit fiscal. Assumiram-se como representantes do interesse nacional, com a missão de salvar o Brasil, sob a perspectiva de economia brasileira". Ou melhor o mercado financeiro brasileiro.
Tanto um lado como outro com visões de mundo limitadas: até onde as respectivas vistas alcançam.
O problema maior não é o comportamento dos Juízes ou dos Senadores. Todos os problemas políticos começam com o comportamento dos eleitores. E não se diga que é porque são poucos educados, ignorantes e manipulados pelos políticos. Os juízes também são eleitores. E todos tem uma grande formação educacional. Perguntem a eles se votaram em algum candidato que se manifestou contra o reajuste dos juízes, em nome do interesse nacional? Ora bolas. Quem é guardião do interesse nacional, mediante respeito à Constituição Federal, em última instância é o Judiciário. E seus membros merecem ter a adequada retribuição.
Enquanto os eleitores mantiverem visão de mundo curta, continuarão elegendo a mesma laia de políticos.
Agora em 2018, o números dão uma falsa impressão de mudança, de renovação. Na realidade foi só uma renovação de nomes. Os novos deputados realmente novatos não chegam a 10% do total dos 513 deputados. A maioria dos que agora chegam à Câmara são apenas novos despachantes substituindo os velhos despachantes.
(cont)
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