Uma idéia para ser difundida e aceita de forma generalizada, precisa ser associada a uma pessoa. O cristianismo é associado a Jesus Cristo, o marxismo a Marx, o lulismo a Lula, etc. etc.
O lulismo está em alta, por conta dos desastres causados pela dupla Dilma-Temer na economia e na vida das pessoas. O PT tem competência para botar toda a culpa em Temer e livrar Dilma, um produto do lulismo. O povo está aceitando essa versão e vê em Lula o retorno "aos bons tempos". E pula na sua memória, do interregno Dilma. É lulismo x Temer.
A questão é se o lulismo irá permanecer com a força atual, sem a pessoa: sem a presença de Lula.
Este mantém parte da sua estratégia, mas em outra já mudou.
Ele achava que iria ser candidato e, como tal, vencedor. A segunda parte está certa, mas depende da primeira. Ele não conseguirá ser candidato.
Ele ainda acreditava numa pressão internacional e numa revolução nacional, contra a tese do golpe. A repercussão internacional é pífia. E não vai mudar, por conta de Trump. E agora mais grave com a crise da Turquia e também da Argentina. O mundo não está interessado com o que acontece na periferia dos paises desenvolvidos. A China já deixou de ser periférica e sua briga com Trump, galvaniza o interesse da opinião publicada mundial. Se ainda há algum interesse sobre os paises emergentes é com aqueles em crise econômica. Crise política, eles entendem, é um problema estritamente interno que deve ser resolvido "dentro de casa". O PT conseguiu ainda mobilizar algumas comissões técnicas e entidades formadas por esquerdistas, mas sem qualquer maior repercussão mundial. Apesar de movimentar a mídia brasileira dando uma amplitude de repercussão, que não houve, nem haverá.
Não há pressão externa, movimentação internacional que vá mudar o processo judicial, de tal forma que o seu registro será negado e a tempo de tirar a sua foto da urna eleitoral.
Não será candidato, tampouco "fake" com a foto na urna, como jogou e vem jogando há muito tempo.
A partir dessa percepção, o seu objetivo é manter a presença o máximo tempo, mas agora junto com o Andrade.
O problema é que no Nordeste, onde Lula tem o maior volume de votos, em função do lulismo, o Andrade não é um apóstolo do lulismo. Jaques Wagner faria melhor esse papel.
O que tem adesão popular e votos é o lulismo. Fernando Haddad - o tal Andrade para os nordestinos - não encarna o lulismo e, dessa forma, não terá o votos que iriam para Lula.
Não é uma questão de transferência de votos. É o voto na idéia que está personalizada.
Não é a substituição de pessoa, mas a representação da mesma idéia. Que não é encarnada pelo moço de São Paulo.
A incógnita é "quem irá conquistar os votos dos órfãos do lulismo".
(cont)
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