A visão nacional de Lula, que gerou o lulismo, é a melhoria das condições de vida da população menos rica, pelo acesso ao consumo. Coincide com algumas posições da esquerda, mas não é uma visão ideológica da esquerda. Um dos seus principais focos é a desigualdade de renda dentro da sociedade. Com a visão de que o responsável pela geração dessa desigualdade é o capitalismo. No limite, a proposta da esquerda é substituir o capitalismo pelo socialismo. Dentro do qual o comunismo seria uma vertente.
Lula nunca quis combater o capitalismo - a menos de alguns discursos para enganar. Ao contrário sempre o favoreceu. O objetivo dele não era reduzir a desigualdade, desde que o "seu povo" tivesse melhores condições de consumo: ser feliz de novo. Até mesmo para favorecer o "mercado".
Dilma é de esquerda, mas não é lulista. E no Governo preferiu o esquerdismo clássico e não o lulismo, provocando a maior crise econômica vivida pelo país, na era moderna.
O lulismo promoveu a esquerda e fortaleceu o PT, mas esse submisso à liderança de Lula, concordou mas não incorporou o conceito. E Lula não preparou sucessor. O PT, agora, não conta com nenhum líder lulista. Fernando Haddad é esquerdista, petista de carteirinha, mas nunca foi lulista. Por oportunismo travestiu-se de Andrade, o lulista, junto ao eleitorado do Nordeste, mas assim que passou para o segundo turno, despiu-se da fantasia e voltou a ser o professor Fernando Haddad, com paleto, ainda que nem sempre com gravata.
Mas o lulismo persiste, principalmente, no Nordeste, a espera um líder que o assuma. Ciro Gomes seria o principal candidato, mas desde que Lula não seja reabilitado e reassuma a liderança.
Bolsonaro também é uma idéia. Para alguns ou muitos um mito. Mas o bolsonarismo não é um projeto claro, a menos em relação aos costume.
Não há um bolsonarismo econômico. Quando muito um "guedismo" incorporado - ainda que não inteiramente - por Bolsonaro.
Com a escolha do novo Ministro de Relações Exteriores ficou clara uma dimensão do bolsonarismo, já indicado pelo ex-capitão, mas recolhida em função das reações contrárias.
Ernesto Araujo é a primeira escolha pessoal de Bolsonaro, consolidando a percepção do trumpismo, como marca pessoal.
Uma visão pessoal clara e consistente. Mas perigosa para o Brasil.
Com formação intelectual, real ou pretensa, emerge como o provável "pensador" do bolsonarismo. Para dar corpo ao lema "Brasil, acima de tudo, Deus acima de todos".
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