A vitória da RUMO na licitação da subconcessão da Ferrovia Norte-Sul, altera substancialmente as perspectivas de desenvolvimento regional, no cerrado brasileiro.
Com o trecho norte da ferrovia, já construída, a perspectiva era de um desenvolvimento regional orientado em direção ao norte, a partir de Anápolis, em Goiás até Açailândia.
A Ferrovia Norte-Sul, como uma via estrutural receberia ainda a alimentação ferroviária da Transnordestina, da FIOL e da FICO e diversas ligações rodoviárias.
A sua operação não só estimularia a ocupação agropecuária do cerrado nordestino, na chamada região do MATOPIBA, como desenvolveria polos logísticos, industriais e urbanos nas conexões da FNS.
Seria natural que a subconcessão fosse ganha pela VLI, que já opera o trecho Açailândia-Porto Nacional e através da EF Carajás, alcance o mar, em Itaqui - MA.
Com a inclusão do trecho incompleto de Anápolis a Estrela D'Oeste, onde a FNS conecta com a malha paulista da RUMO, abriu-se a possibilidade da produção do cerrado nordestino alcançar o Porto de Santos.
A RUMO ao vencer a licitação, não só buscará carrear a produção do cerrado nordestino para Santos, como assegurou as condições de limitar um eventual concorrente do transporte dos grãos do cerrado matogrossense para a FNS. A FICO, de Campinorte a Água Boa, chegando a SINOP, tem que concorrer com a malha paulista da RUMO. Fica a alternativa da FERROGRÃO.
Limitações semelhantes ocorrerão com a FIOL, o que indica o erro do modelo de concessão, a longo prazo. Mas do ponto de vista ferroviário, a concessão por 30 anos pode ser considerado de médio prazo, podendo - ao final do prazo - ser retomado o modelo horizontal.
Mas ao longo do período da concessão vencida pela RUMO, o maior potencial de desenvolvimento regional será a parte sul do cerrado nordestino, envolvendo territórios de Goiás, com irradiação para o noroeste de Minas Gerais e parte de São Paulo.
Diversamente das perspectivas anteriores, de um desenvolvimento maior acima do paralelo 16, esse deverá ocorrer abaixo desse paralelo, favorecendo uma área mais ocupada e urbanizada. Os "hubs" não serão "greenfield", como acima do paralelo 16, mas tenderão a ser "brownfield", expandindo áreas já ocupadas.
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