A onda bolsonarista foi gerada inicialmente pelos saturados com o "progressismo" do politicamente correto e liberalismo nos costumes.
Acuados pelo patrulhamento de grupos barulhentos, com apoio da mídia, foram se avolumando silenciosamente, mas ficando de "saco cheio".
Jair Bolsonaro, um obscuro mas persistente político do baixo clero, com reduto eleitoral no Rio de Janeiro, um porta-voz dos oponentes do politicamente correto, ganhou visibilidade quando confrontado por uma das líderes feministas no Congresso e atingido por uma cusparada disparada por outro notável representante das minorias em ascensão. A ação agressiva dos progressista contra ele e a sua reação ainda mais agressiva, o tornou conhecido, odiado pelos progressistas. A contraposição foi a emergência da maioria conservadora silenciosa, cada vez mais de saco cheio com o politicamente correto.
Essa fonte inicial foi avolumada pelos insatisfeitos com os políticos, em geral, caracterizados como corruptos, com diversos movimentos do tipo "não reeleja ninguém". Tais movimentos, contra os velhos políticos, mas sem conseguir uma liderança política, com os eventuais candidatos, como Joaquim Barbosa, não se dispondo a disputar, abriram um espaço para a onda bolsonarista.
Mas a grande onda se tornou um tsunami, com uma sequência de ondas de grande altura e força, com a incorporação dos antipetistas.
Não foi Bolsonaro quem promoveu a "satanização" do PT, como fonte de todos os males do Brasil. A principal fonte da criação dessa imagem foi o tradicional adversário: os tucanos. Mas quando os antipetistas perceberam que Alckmin, não teria força suficiente para derrotar o PT, migraram em peso para Bolsonaro.
Não por outro motivo, a maior votação de Bolsonaro foi em São Paulo e a maior onda das eleições parlamentares chegou às praias paulistas.
Nas eleições para o Senado Federal, onde o favorito, com larga margem, o ex-Senador Eduardo Suplicy, eleito com grande votação, vereador da cidade de São Paulo, foi superado pelo Major Olimpio, que chegou próximo a 10 milhões de votos. O PSDB ainda conseguiu sustentar a eleição de Mara Gabrilli. Nenhum dos dois, embora novos no Senado, são políticos veteranos.
Na principal praia do bolsonarismo, o Rio de Janeiro, a onda 17 levou à eleição de Flávio Bolsonaro, filho 01 do ex-capitão, alavancado ainda a eleição de Arolde de Oliveira, candidato pelo PSD , desbancando o tradicional político, César Maia. Também são novos, mas veteranos na política. Arolde de Oliveira, eleito suplente de deputado federal em 1982, como efetivo, em 1986 e reeleito sucessivamente, por 8 vezes supera a trajetória de Bolsonaro, cuja primeira eleição para deputado federal, ocorreu em 1990. Arolde de Oliveira, fez carreira semelhante a de Bolsonaro, antecedendo-o, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN).
A onda também derrubou Eduardo Paes, promovendo a eleição de Wilson Witzel para o Governo do Rio de Janeiro.
A onda "senatorial" do Bolsonarismo ainda alcançou o centro-oeste com a eleição de duas Senadoras. Essas sim novatas, desconhecidas na política, desbancando velhos políticos regionais: Soraya Thronicke (MS) e Juiza Selma Arruda (MT). Esta última, ganhou notoriedade por determinar a prisão de politicos, inclusive do Ex-Governador Silval Barbosa, ganhando o apelido de "Moro do MT".
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