A estrutura política brasileira, após a retirada dos militares do Governo, pressionados pela insatisfação popular, foi inteiramente dominada pelo campo da esquerda, com a direita recolhida e silenciada.
Após uma transição com o Governo Sarney, ideologicamente caracterizado como centro-direita, a esquerda radical tentou a conquista do poder, dividido entre Lula e Brizola. Foi derrotada pelo populista Fernando Collor, derrubado posteriormente, dando margem a uma "esquerda light", representada pelo PSDB, com Fernando Henrique Cardoso eleito por duas vezes. Em 2002, Lula, deixando de lado o radicalismo, foi eleito, como esquerda light (Lulinha paz e amor), mas caminhou para a esquerda radical, consolidando uma ponta do espectro político. A outra ponta sem força política e apoio popular, não conseguiu se organizar, ficando a contraposição à esquerda radical, representado pelo PT, com o centro-esquerda, ou a "esquerda light", representado pelo PSDB. A disputa entre essas duas partes, se deu com um vazio na ponta da direita e sem um centro tradicional. Essa disputa dominou as eleições majoritárias até 2014, com um centro ainda dentro do campo da esquerda, representado por Eduardo Campos do PSB e por Marina Silva.
Em 2018, a direita emergiu com grande força e tomou o lugar do PSDB, como a contraposição ao PT. Com a vitória de Bolsonaro o espectro político brasileiro voltou a uma configuração clássica: de um lado uma esquerda radical, representada pelo PT e de outro uma direita radical, comandando por Bolsonaro, e formação partidária ainda pouco definida. O campo da esquerda ainda se divide entre um ramo exacerbado, representado por Boulos e grande parte do PSOL, e um novo centro-esquerda sob comando dos Ferreira Gomes (Ciro e Cid). O PSDB ficou "perdido" no novo centro, buscando recuperar um protagonismo político.
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