O eleitor evangélico é predominante pobre, de baixa escolaridade, morador das periferias das cidades, que busca o acolhimento da igreja para atender às suas necessidades ou angústias.
Tais condições limitam a sua visão de mundo, restrita ao ambiente em que vivem. A igreja é um campo para poder ampliar a sua visão de mundo, no relacionamento com outras pessoas, mas em geral, nas mesmas condições, com necessidades, interesses e angústias comuns.
Já a ampliação pelo conhecimento, é direcionado para doutrinação religiosa, incutindo a visão de mundo, segundo a interpretação do pastor da biblia.
A visão sócio-cultural é o que está escrito na biblia, mediante a seleção dos versiculos pelo pastor.
Essa doutrinação não deixa o eleitor a ter uma visão maior sobre a política, o papel dos governantes e dos parlamentares.
É uma "presa" caçada pelos candidatos de 3 categorias básicas, cada qual podendo ter mais de um candidato local: o despachante dos interesses comunitários, o ativista de esquerda e o evangélico.
O foco do discurso do despachante é a promessa de melhoria dos serviços públicos. O ativista de esquerda denuncia o capitalismo como o responsável pela situação precária do eleitor e promete lutar contra ela e trazer benefícios diretos, como o bolsa familia, ao eleitor. O candidato evangélico promete incorporar as regras bíblicas em leis federais e combater as leis que contriam, segundo a leitura evangélica, os preceitos bíbilicos.
O eleitor pode ser seduzido pelas promessas do despachante, dando maior importância ao acesso aos serviços públicos do que os preceitos bíblicos. Nesse caso poderá destinar o seu voto ao candidato populista que promete trazer a ele os serviços públicos, ainda que não seja evangélico, tampouco tenha o apoio das denominaçõs evangélicas.
Pode ser doutrinado pelas visões ideológicas da "luta de classe" e destinar o seu voto a um candidato de esquerda que o mobliza para a luta, para a conquista dos benefícios aos quais teria direito.
O despachante promete trabalhar para proporcionar ao eleitor um benefício público, como concessão. O ativista de esquerda, parte da visão de que os benefícios, por exemplo a moradia, são um direito inerente à pessoa, que lhe está sendo subtraido pelo Estado ou pelos "ricos" e tem que ser conquistado ou até "expropriado" pela mobilização popular.
O candidato evangélico vende a idéia de que a melhoria de vida do fiel, incluindo o acesso a mais e melhores serviços públicos virá, por graça de Deus, associado a um comportamento pessoal do próprio fiel.
O papel atribuído ao candidato evangélico é de, integrando o poder do Estado, defender condições de sustentação econômica das igrejas e os valores culturais defendida por essas.
Enquanto a pauta principal do despachante é material, na forma de serviços e investimentos públicos, a do ativista de esquerda é de luta, a do candidato evangélico é cultural, de valores humanos e sociais.
(cont)
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