Os postos ministeriais estão definidos e cada um deles está montando a sua equipe, com o aval dos filhos. Mas não aceitando obrigatoriamente a indicação dos deles.
Os filhos são explicitamente adeptos das políticas, consideradas de direita e admiradores de Donald Trump, paradigma de governante para eles. Para eles, tudo o que Trump faz é o "benchmarks" que querem que o pai siga.
Os filhos são os grandes mentores ideológicos de Jair Bolsonaro, inspirados pelas cartilhas de Olavo de Carvalho.
O que isso implicará nas ações governamentais e nos impactos efetivos para o Brasil?
As duas principais áreas assumidas ou capturadas por eles são a educação e as relações exteriores.
Na educação o fato é que apesar de diversas melhorias instrumentais e aumento de recursos destinados à educação, os governos social-democratas (os assim auto denominados, como os petistas) falharam nos resultados efetivos: o Brasil continua na rabeira dos rankings internacionais em relação ao nível de educação da sua população.
O clã Bolsonaro não tomou o Ministério da Educação para melhorar a condição educacional brasileira. O objetivo explícito é de eliminar a influência das ideologias consideradas esquerdista no sistema educacional brasileiro e a substituí-la por outra, caracterizadas como tradicionais.
O foco é a "escola sem partido", com o objetivo real de uma "escola do nosso partido".
Uma educação de base fundada na ordem e na disciplina é, por exemplo, a origem do alto nível educacional japonês, seguido também pela Coreia do Sul e pela China: um sistema tradicional, rígido, resistente às modernidades da liberação e do politicamente correto. A par de uma boa educação tais sistemas causam grandes traumas pessoais.
O clã Bolsonaro terá coragem e forças suficientes para uma grande ruptura com a suposta modernidade, retomando a um passado - que no Brasil, também não deu certo - ou ficará numa "caça às bruxas"?
A amplitude da reversão do sistema educacional deverá marcar os cenários alternativos do Governo Bolsonaro na educação:
- involução positiva e eficaz: o retorno a um sistema educacional mais rígido e focado na formação dos fundamentos básicos (linguagem e matemática) e uma evolução nas etapas intermediárias e superior voltados para a formação para o mercado, promoveria um grande salto nas condições educacionais da população brasileira, com resultados de médio prazo;
- involução conturbada: o Governo consegue promover a involução, retomando sistemas mais rígidos, com a disseminação dos métodos e procedimentos das escolas militares;
- involução interrompida: conflito entre as forças involutivas e as evolutivas, gerando paralisia nos procedimentos educacionais, acarretando uma piora sensível das condições educacionais da população brasileira.
Poderá ter efeitos econômicos a médio prazo, mas a curto prazo só deverá tumultuar o já precário sistema educacional brasileiro.
(cont)
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