O novo não tão novo David

David Samuel Alcolumbre Tobelem é integrante de uma família de prósperos comerciantes de Macapá, capital do Amapá, liderado pelo seu tio Samuel Alcolumbre, que dá nome ao grupo empresarial. Samuel Alcolumbre foi atraido para a política como financiador das campanha de José Sarney, que mudou o seu domicílio eleitoral, do Maranhão, para poder ser eleito Senador, sem sacrificar a eleição de sua filha Roseane, em 1990, quando o Território do Amapá, foi tornado Estado, com a eleição de 3 Senadores.
Eleito para um mandato de 8 anos, Sarney estabeleceu uma base política com Gilvan Borges, eleito senador em 1994 e econômica com Samuel Alcolumbre. Esse estimulado por José Sarney, candidatou-se ao Governo do Estado do Amapá, em 1994, mas ficou em terceiro lugar no primeiro turno, não disputando o segundo, vencido por João Capiberibe (PSB), contra Jonas Pinheiro do PTB. 
Em 1998, José Sarney é reeleito Senador, para mais um mandato de 8 anos. Capi é reeleito, coligado com o PT, que indicou Dalva Figueiredo como vice-governadora, vencendo Walder de Goes, do PDT.
Nas eleições municipais de 2000, David Alcolumbre Tobelem, aos 23 anos, é eleito o mais jovem vereador de Macapá, então filiado ao PDT. Não temos informações sobre a base eleitoral de David: se foi pelo seus discurso e promessas, se foi pela força do poder econômico, ou outras razões. Mas fez um bom trabalho político, pois dois anos após, em 2002 é eleito deputado federal, com 10.543 votos, dentro do PDT acompanhado a vitória de Waldez de Goes, sempre pelo PDT, que consegue a sua primeira eleição a governador, derrotando Dalva Figueiredo, que havia assumido o Governo pela renuncia de João Capiberibe. Ele renunciou para se candidatar ao Senado, sendo eleito. Sua esposa Janete Capiberibe foi a deputada federal mais votada, nesse pleito.
Em 2006, José Sarney é mais uma vez reeleito, tendo Samuel Alcolumbre, como o seu segundo suplente. Waldez de Goés (PDT) é reeleito, derrotando João Capiberibe.
David Alcolumbre é reeleito, em 2006, já pelo PFL e mais uma vez, em 2010, com 14.655 votos já com o PFL transformado em DEM. 
Com Waldez de Goes já tendo cumprido dois mandatos, não podendo ser reeleito, o PSB e o clã Capiberibe, volta ao poder, com a eleição para Governador de Camilo Capiberibe, filho de João e Janete Capiberibe. Janete é, mais uma vez, a deputada federal mais votada.
Waldez de Goes, tenta o Senado, mas não conseguiu ser eleito, assim como o ex-governador Papaléo. O único ex-governador eleito Senador foi João Capiberibe, então reeleito, depois cassado e com essa anulado. Em 2010 emerge a figura nova de Randolfo Rodrigues, eleito pelo PSOL. 
Davi Alcolumbre  ao longo dos três mandatos, permaneceu no baixo clero, sob a liderança partidária de Onyx Lorenzoni. 
Em 2014 é eleito Senador, pelo DEM, virando a disputa nas vésperas das eleições, derrotando o líder político, Gilvan Borges, candidato apoiado por José Sarney, que não se candidatou. Nessa mesma eleição Waldez Goés dá o troco no clã Capiberibe, voltando ao Governo Estadual e derrotando Camilo Capiberibe, que concorria à reeleição.
Na campanha de 2014, Davi Alcolumbre gastou oficialmente R$2 milhões,dos quais R$ 1,5 milhões de pessoas jurídicas, sendo o Sistema Bradesco o maior financiador, com mais de R$ 500 mil.
Antes de emergir como candidato à Presidência do Senado, Davi tentou o que seria a sua grande aspiração política: ser governador do Amapá. Não foi bem sucedido, ficando em terceiro lugar, no primeiro turno e fora do segundo, vencido por Waldez de Goes, reeleito para o cargo, superando João Capiberibe. Não conseguiu vencer o rodízio das tradicionais lideranças.
Uma carreira política bem sucedida, passa por oito anos como governador, com uma reeleição, mais oito anos como senador, podendo voltar ao Governo Estadual. Davi Alcolumbre, aos 42 anos, ainda tem uma extensa carreira política pela frente. Em 2023 vence o seu mandado de senador e terá que optar em 2022, por concorrer ao Governo do Amapá, sem a concorrência de Waldez Goés, que não poderá concorrer a mais uma reeleição, ou tentar a reeleição para o Senado. Nesse caso, provavelmente, irá enfrentar Waldez Góes e um dos Capiberibes. A sua perspectiva seria a reeleição para o Senado e a reeleição para a Presidência da Casa, em 2023. 
A sua gestão como Presidente do Senado, no período 2019-2023 terá em vista essas perspectivas. As suas maiores prioridades deverão ser o atendimento do eleitorado amapaense. 
Os antecedentes de Davi, que excluiu do nome político o D final, para ficar com 14 letras, devem ajudar a desenhar os cenários futuros.

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