As eleições municipais de 2020 terão um significado maior que as anteriores, em função do que ocorreu em 2018, indicando as perspectivas para 2022.
As últimas eleições municipais, de 2016, já ocorreram sem o financiamento empresarial, mas deixou margem para elevados autofinanciamentos, como as que impulsionaram a eleição de João Dória em São Paulo, ou de Vittório Medioli, em Betim (MG) e outros milionários.
Os políticos tradicionais não abandonaram a perspectiva de serem eleitos, com campanhas caras, e promoveram no Congresso Nacional, a substituição das doações empresariais, por financiamentos públicos. Poucos dos mais aquinhados com recursos do fundo eleitoral foram eleitos ou reeleitos, sendo o principal fracasso, a derrota de Geraldo Alckmin. Por outro lado, Bolsonaro foi eleito, com poucos gastos. E vários deputados foram eleitos, sem grandes gastos, utilizando - principalmente - as redes sociais.
Essas deverão ter mais importância em 2020 do que tiveram em 2018.
Com a manutenção das mesmas regras do financiamento eleitoral para 2020, a maior participação deverá ser do PSL, que nunca contou com tantos recursos financeiros. Poderá utilizar anteriormente os recursos dos fundos partidários para montar as suas bases locais e regionais.
Diante do ocorrido em 2018 é possível que o Congresso Nacional aprove ainda em 2019, a tempo para valer para as eleições de 2020, mudanças no modelo de financiamento partidário e eleitoral. Ou, no mínimo, reduza os valores diante das pressões da área econômica e da sociedade.
2020 será um marco importante para a consolidação do PSL como um grande partido, como o principal representante da direita politica, caracterizada atualmente com conservadora nos costumes e liberal na economia.
De uma parte, haverá um disputa interna entre uma opção familiar dinástica e outra profissional. Os Bolsonaristas 2.0, com base nas suas espetaculares votações, puxando - direta ou indiretamente - outros eleitos, tendem a se considerar "donos do partido", transformando o PSL no "partido bolsonarista". Com o qual Bolsonaro 1.0, aparentemente não concorda, em função da sua maior experiência politica, pelo risco de isolamento partidário. Por outro lado, a sua obsessão pelo poder, o leva a aceitar as movimentação dos seus descendentes.
Com a fraqueza dos líderes atuais, ainda que experientes na formação da base partidária para manter o controle do partido, os Bolsonaristas 2.0 deverão assumir o comando efetivo do partido, com o objetivo de implantar o ideário bolsonarista, um ideário do campo da direita politica.
O ideário bolsonarista, enunciado ao longo da campanha presidencial, é claro e limitado.
O que desse ideário será fundamental para o eleitor municipal, a ponto dele decidir votar nos candidatos do PSL. Muitos dos candidatos do partido e outros, até de outro partidos, poderão se apresentar, sem evidenciar o seu partido, mas a condição de bolsonarista.
O ideário bolsonarista está concentrado em questões de costumes, sobre as quais o Muncipio tem pouca ou nenhuma ingerência. Igualmente na segurança pública, ficando limitado à defesa do patrimônio público, sem condições de organizar uma policia civil ou militar, atualmente de responsabilidade estadual. Na área econômica, tem instrumentos limitados para definir ou influir em políticas econômicas. Localmente tem atribuições de regulação do funcionamento de atividades econômicas e de concessões de benefícios também localizados, com postergação de pagamentos tributários ou cessão de terrenos. Nessas questão o maior rigor da Prefeitura, pode levar à migração de empresas para outros Municípios, mais liberais. Esses, por outro lado, podem comprometer a obtenção do equilíbrio fiscal de todo o Poder Público.
Em função do idéario econômico do Bolsonarismo, dominado por Paulo Guedes, os candidatos bolsonaristas terão que se comprometer com o equilibrio fiscal, não podendo ser "gastadores sem limites". Nem podem exceder em promessas de incentivos fiscais, para geração de empregos locais.
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